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VIOLÊNCIA
Instituição nega que crime tenha ocorrido em clube
Seguranças são suspeitos de ligação com morte de jovem em festa no Rio
CRISTINA TARDÁGUILA FERREIRA
COLABORAÇÃO PARA FOLHA, DO RIO
A Polícia do Rio investiga se a
morte do jovem Ângelo Pereira
de Souza, 23, envolve os responsáveis pela segurança da festa universitária que acontecia na piscina e no mezanino do Bangu Atlético Clube, na madrugada de domingo. Ele foi morto com três tiros, dados a curta distância, nas
proximidades do clube.
As primeiras informações sobre
a morte do jovem, relatadas à família pelo amigo da vítima e testemunha do caso Pedro Henrique
Casulo, 20, indicavam que Souza
teria sido espancado e jogado do
segundo andar da festa por seguranças do evento, depois que um
copo de vinho caiu em um deles.
A festa, uma comemoração de fim
de ano, tinha sido organizada por
alunos da universidade Estácio de
Sá, onde a vítima havia cursado
alguns semestres da graduação
em Educação Física.
"Ele, que começaria hoje (ontem) a trabalhar em vans para
juntar dinheiro para retomar seus
estudos, foi espancado, arremessado do mezanino e morto por seguranças da festa mesmo depois
de ter dito que não tinha jogado
vinho nenhum em ninguém. Isso
foi o que o Pedro, que é nosso vizinho, estava na festa e anda escondido por medo de represálias, nos
contou", disse o comerciante Anderson Pereira de Souza, 30, primo do jovem morto.
Segundo a delegada Márcia Julião, da 34ª DP (Bangu), o laudo
dos peritos do Instituto Médico
Legal (IML) não mostra espancamento ou queda. Indica que a
causa da morte foi uma fratura na
quinta vértebra da coluna cervical
e uma secção na medula óssea,
ambos provocados pelos tiros que
atingiram o rosto de Souza.
"Minha equipe apreendeu duas
cápsulas com jaquetas douradas,
que indicam que o tiro veio de
uma pistola, a cerca de 150 metros
do clube, na parte de trás dele. Isso nos faz acreditar que Souza foi
morto na rua e não dentro do clube. Por terem sido achados vestígios de pólvora no rosto dele, concluímos que os disparos foram
feito bem de perto", afirmou a delegada.
O presidente do Bangu Atlético
Clube, Ângelo Marques, foi ouvido hoje pela polícia e afirma que o
clube não registrou nenhum tipo
de tumulto durante toda a festa
universitária.
"Essa morte não aconteceu dentro do clube. Foi tudo do lado de
fora, depois das 4h, quando fechamos nossas portas. A festa da Estácio terminou tranqüilamente, e
os três funcionários que estavam
lá cuidando do patrimônio do
clube não viram tumulto nenhum. Eu mesmo só tomei conhecimento do caso no domingo
à tarde", afirmou.
Marques afirma também que
ninguém trabalha ou consegue
entrar armado no Bangu. Segundo ele, quando há festas, sempre
se faz revista na porta, seja por
funcionários do próprio clube ou
pelos responsáveis pelo evento.
Os organizadores da festa não
foram encontrados pela reportagem para comentar o caso.
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