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Radar no DF vê aviões fantasmas, diz FAB
Aeronáutica apura se causa é interferência meteorológica ou uso da mesma freqüência por dois aparelhos diferentes
Imagens aparecem por períodos entre 30 segundos e um minuto nos consoles dos controladores, segundo o vice-diretor do Decea
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O vice-diretor do Decea (Departamento de Controle do
Espaço Aéreo), brigadeiro
Ramón Borges Cardoso, admitiu ontem que problemas nos
radares na região de Brasília
vêm provocando a aparição de
30 "aviões fantasmas", em
média, nos consoles dos controladores de tráfego aéreo
diariamente.
O problema, que a Aeronáutica sempre negou ocorrer, deve ser resolvido em breve, de
acordo com informações do
militar.
Os "alvos falsos", no jargão
militar, apareceriam ao lado
das imagens de aviões reais por
breves períodos (de 30 segundos a um minuto).
Esses "alvos falsos" que aparecem seriam causados por interferência meteorológica ou
pelo uso da mesma freqüência
por dois radares diferentes. Isso ainda está sob investigação
da Aeronáutica.
Outros problemas
Esses "aviões fantasmas" não
são o primeiro problema identificado nos equipamentos de
controle do tráfego aéreo do
Cindacta-1 (Centro Integrado
de Defesa Aérea e Controle do
Tráfego Aéreo).
No dia 5 deste mês, a central
de áudio teve uma pane, provocando a suspensão das decolagens em três dos principais aeroportos do país -Brasília,
Congonhas e Confins, em Minas Gerais.
A pane levou a Aeronáutica a
montar um sistema de reserva
para o caso de falhas na central
principal.
A ausência de um "backup"
para a eventualidade de panes
foi descrita como um "erro de
concepção" pelo brigadeiro durante audiência pública na Câmara dos Deputados.
Aos congressistas, o militar
pediu um orçamento da ordem
de R$ 600 milhões para o próximo ano.
"Se for menor do que isso,
não teremos a velocidade suficiente para trocar os equipamentos que precisam ser trocados", afirmou.
O Orçamento do ano que
vem prevê R$ 530 milhões para
o controle do espaço aéreo.
Pane de áudio
O brigadeiro divulgou ontem
que a Aeronáutica já vem instalando centrais de áudio auxiliares, com baterias próprias e ligação independente, para o caso de novas panes.
Em Brasília, um equipamento novo precisou ser trocado
por causa de uma "falha elétrica" descrita pelo brigadeiro como um curto-circuito.
Resolvidos os problemas de
recursos e equipamentos, faltaria a formação de novos controladores de vôo.
"Nós estamos com o pessoal
mais ou menos como um time
de futebol. Temos 11 jogadores:
se alguém se machucar, não temos reserva", descreveu o brigadeiro.
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