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Só 12,1% dos jovens entre 18 e 24 anos são universitários
A taxa, que estava estagnada em 9%, obteve crescimento, mas não deve alcançar meta estipulada para 2011, de 30%
Repetência e ingresso tardio no ensino básico estão entre razões para que a chegada dos jovens à universidade ocorra com mais de 24 anos
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
Apenas 12,1% dos jovens brasileiros entre 18 e 24 anos estão
matriculados em algum curso
superior. O número, divulgado
ontem, mantém o país distante
da meta do Plano Nacional de
Educação de chegar a pelo menos 30% em 2011.
Integrantes do próprio governo admitem que será muito
difícil o país chegar a esse patamar daqui a quatro anos.
O presidente do Inep (instituto de pesquisa ligado ao
MEC), Reynaldo Fernandes,
argumenta, por outro lado, que
o número ficou estagnado no
patamar de 9% durante muito
tempo e só começou a se mover
recentemente. De 2005 para
2006, as matrículas de jovens
no ensino superior cresceram
1,2 ponto percentual -o índice
era de 10,9 há dois anos e havia
sido de 10,4 em 2004.
Uma das razões para esses
baixos valores é a repetência ou
mesmo a entrada tardia do aluno na educação básica, que faz
com que ele ingresse na universidade com mais de 24 anos. Há
também o fato de os alunos do
ensino à distância -que correspondem a 4,4% da presencial-
serem, em média, seis anos
mais velhos do que os estudantes da educação presencial.
Ainda assim, porém, se todos
os matriculados no ensino superior tivessem entre 18 e 24
anos -faixa considerada adequada para esse nível- a taxa
de matrícula ficaria em 20,1%.
Os dados divulgados ontem
confirmam ainda que, embora
não seja suficiente para o índice geral de matrículas, a graduação à distância registrou
crescimento de 80,7% em relação a 2006, contra 5,4% da educação presencial no período.
Lula e FHC
O censo da educação superior de 2006 fecha os números
do setor durante o primeiro
mandato do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
Após cinco anos de quase estagnação, o número de vagas
oferecidas pelas instituições federais de ensino superior aumentou 14,4% de 2005 para
2006, o maior crescimento nos
últimos dez anos. Esse aumento, porém, ainda não se refletiu
no número de alunos matriculados e, com isso, o presidente
Lula terminou seu primeiro
mandato registrando um crescimento inferior ao verificado
nos dois mandatos de FHC.
Considerando apenas as matrículas -ou seja, o total de alunos que estudavam em todas as
séries do ensino superior-, o
crescimento no primeiro governo Lula (2003 a 2006) foi
inferior ao dos dois mandatos
de FHC (1995 a 1998 e 1999 a
2002). No governo Lula, o número de alunos em universidades federais cresceu apenas 4%.
No primeiro mandato de FHC,
essa variação foi de 11% e, no segundo, de 20%.
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