RAFAEL TARGINO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Sete e meia da noite. Em uma fila que ia da prefeitura até o outro lado do viaduto do Chá, no centro de São Paulo, pelo menos 200 pessoas -a maioria crianças e idosos- esperam a vez de entrar em um dos seis ônibus para conhecer a decoração de Natal da cidade. A Folha acompanhou o passeio do começo ao fim na terça-feira.
Os passeios vão até o dia 23. Foram 3.000 bilhetes à venda -por R$ 8-, que acabaram nos dois primeiros dias. No roteiro, Ibirapuera, Moema, Faria Lima, Gabriel Monteiro da Silva e Paulista.
O ônibus parte. O trânsito parece livre, mas, dois minutos depois, o veículo já está no congestionamento. São quase 15 minutos para ir à via que dá acesso ao parque Ibirapuera, a primeira parada.
O professor Francisco Rotondana, 48, juntou 11 colegas para ver a decoração de Natal. "Tentamos no ano passado e não conseguimos. Os ingressos acabaram", afirma.
Eram quase 20h e o ônibus ainda não chegava perto das fontes coloridas do Ibirapuera. Os motoristas reduzem a velocidade, e o trânsito pára. Mais dez minutos, o ônibus estaciona e os passageiros descem. "Adorei, foi lindo!", diz a professora Luisa Piazentin, 60. O destino seguinte é a rua Normandia, em Moema (zona sul).
Na hora da saída, 22h40, o ônibus pega o rumo da avenida Ibirapuera e vai direto à Paulista, pulando os outros dois pontos do roteiro. "Estou levando vocês para a Paulista agora. É onde todo mundo quer ir", avisa a guia Marina Pedrosa, 61. O "pulo" foi por conta do trânsito.
Quando o ônibus entra na avenida, as reclamações sobre a velocidade ("Vai devagarinho!", gritava uma mulher) se misturavam à surpresa com a decoração. "Olha lá que graça!", diz a dona-de-casa Leine de Paula, 65, admirando um Papai Noel.
O passeio acaba às 23h30. Hoje, a fila começa de novo.


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