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Câmara corta R$ 1,9 bi do Orçamento de Kassab
Valor é suficiente para construir 9,5 km de metrô; redução prevista era de R$ 2,2 bilhões
Vereadores aprovaram Orçamento de R$ 27,5 bilhões para 2009 por 43 votos a 11; proposta do Executivo
previa R$ 29,4 bilhões
CONRADO CORSALETTE
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Após um estica-e-puxa de receitas e despesas, a Câmara
Municipal paulistana aprovou
na madrugada de ontem o Orçamento de 2009 com um corte
menor do que o anunciado inicialmente pelos governistas.
Ao invés de R$ 2,2 bilhões, o
prefeito reeleito Gilberto Kassab (DEM) terá R$ 1,9 bilhão a
menos para gastar em 2009
-verba suficiente para, por
exemplo, construir 9,5 km de
metrô. Isso porque os vereadores aprovaram em votação final
uma série de matérias tributárias e deixaram prontos projetos de lei que devem garantir
uma receita extra em 2009 de
pelo menos R$ 350 milhões.
Os R$ 29,4 bilhões do Orçamento enviado pelo Executivo
à Câmara, portanto, se transformaram em R$ 27,5 bilhões,
valor final aprovado por 43 votos favoráveis e só 11 contrários.
A polêmica sobre os cortes
no Orçamento foi iniciada após
a conclusão das audiências públicas realizadas pela Câmara.
O relator Milton Leite (DEM),
da base governista, anunciou
que seria necessário diminuir o
montante da peça por causa da
crise, que, na sua opinião, afetará a arrecadação do município e
os repasses dos governos federal e estadual em 2009.
Foram anunciados cortes em
áreas sensíveis, como na verba
que garante a manutenção da
tarifa de R$ 2,30 da passagem
de ônibus. Se Kassab quiser
manter sua promessa de não
aumentá-la no ano que vem, terá de colocar mais dinheiro
nesse item (e retirar de outro),
porque, após o corte da Câmara, o dinheiro ficou insuficiente
para subsidiar todo o sistema.
Outros setores vão precisar
de remanejamento, como os
serviços de varrição, pois não
haverá verba para o cumprimento do contrato. As secretarias de Educação e Saúde foram
preservadas pelo relator.
As emendas individuais dos
vereadores (R$ 2 milhões para
cada um dos atuais 55 parlamentares e a mesma quantia
para os 16 novos, que tomam
posse em janeiro) também não
foram afetadas pelos cortes.
Normalmente, tais emendas
privilegiam obras em seus redutos eleitorais. Daí o esforço
para aprovar as receitas extras.
Os projetos
Os principais projetos que
devem trazer receitas extras
são: o que prorroga o PPI (Programa de Parcelamento Incentivado), que permite o pagamento de tributos em atraso,
com previsão de arrecadação
de até R$ 180 milhões; a mudança da base de cálculo na cobrança do ISS (Imposto Sobre
Serviços) dos cartórios, que deve render R$ 80 milhões; e a autorização para a venda do terreno municipal onde fica a sede
da Universidade Mackenzie, na
região central, com valor estimado de R$ 35 milhões.
A base governista também
pretende aprovar, no início de
2009, uma série de projetos a
fim de autorizar a venda de outros terrenos municipais. Todos com o objetivo de obter receitas extras para completar o
montante do Orçamento.
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