São Paulo, segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

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MINHA HISTÓRIA CARLOS DRANGER, 58

Milhas de paciência

Evito viajar muito em dezembro
Dificilmente gasto menos que meia hora no check-in
Já perdi quase 5h para o Rio


RESUMO
O arquiteto paulistano Carlos Dranger, 58, faz viagens a negócios para todo o país ao menos três vezes por mês. Nos 20 anos em que frequenta aeroportos -especialmente Congonhas- já viu problemas de todos os tipos, da demora para fazer o check-in à confusão na hora de embarcar. Ele evita viajar no fim do ano, época de mais problemas.


CRISTINA MORENO DE CASTRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Devido ao reposicionamento da aeronave, o embarque do voo 1510, com destino ao Rio de Janeiro, Santos Dumont, será realizado pelo portão 17, piso inferior, acesso pelas escadas rolantes."
Me sinto insultado quando escuto essa frase. É um dos piores horrores do aeroporto de Congonhas. Um desrespeito com o passageiro! Acontece na maioria das vezes em que viajo. Além do transtorno de sair correndo, percorrer grandes distâncias, já ocorreu mais de uma vez de eu perder meu voo.
A última vez foi no dia 26 de novembro: estava indo para o Rio, num voo das 8h40, junto com minha equipe de três pessoas. Nenhum dos quatro escutou o aviso de mudança de portão.
Quando percebemos, fomos perguntar a um funcionário e ele pediu que nos dirigíssemos ao salão inferior. Tinha passado 15 minutos do horário de embarque, o que já é absolutamente normal.
Quando chegamos lá, fomos informados que o embarque estava encerrado e que haviam chamado pelos nossos nomes e nós não ouvimos. Jogaram a culpa em nós! Nos colocaram no próximo voo e chegamos com uma hora e meia de atraso na reunião que tínhamos no Rio.
Os monitores que indicam o número do portão ficam só no centro da ala de embarque, depois da revista. Eu sempre os consulto antes de me dirigir ao portão. Às vezes o que consta ali já não bate com o bilhete. Às vezes coincide e mudam depois.

CHECK-IN
O outro horror é o tempo perdido no check-in.
Muitas vezes os postos de check-in no térreo, para quem chega pelo estacionamento, não estão ocupados pelos funcionários, aí temos que ir ao piso principal, que normalmente é mais cheio.
Dificilmente gasto menos que meia hora na fila. O que é crítico, se temos a obrigação de chegar uma hora antes do voo e temos que ir ao portão de embarque 40 minutos antes do voo -já vou atrasado.
Os funcionários perguntam, sem microfone, quem está no voo que está sendo encerrado e pescam essas pessoas da fila.
Os terminais automáticos funcionam bem, mas às vezes há uma fila grande lá também, e são só para quem não estiver com bagagem.

PREÇOS
As companhias aéreas hoje só querem voar com o avião cheio. Simplesmente cancelam os voos vazios, não informam corretamente os passageiros, atrasam o que seria o seu voo para "juntar" com o próximo. E, ainda assim, há menos ofertas de horários do que havia antes.
Sem falar do preço das passagens, que nos horários mais procurados custam quatro vezes mais do que nos outros: o critério é só a procura, não a distância.

CARRO E TÁXI
Na semana passada o estacionamento estava lotado, então deixei o carro para lavar, para não perder o avião. Fiquei rodando atrás de vaga por 20 minutos. Nem sempre os painéis que indicam as vagas estão atualizados.
Vou sempre de carro, porque, apesar desse transtorno no estacionamento, acho melhor do que a fila do táxi na hora da chegada. Meus clientes que vêm a São Paulo reclamam muito dessa fila.
E onde estão a Anac e a Infraero, que são incapazes até de retirar pessoas clandestinas oferecendo serviço de táxi no meio do salão?

COMPARAÇÕES
Eu acho que já perdi quase cinco horas, contando o tempo que cheguei antes, o atraso e o voo, para ir ao Rio. De carro dá quase isso.
Segunda e sexta são os dias piores da semana e nas férias todos os problemas se agravam. Procuro evitar viajar muito em dezembro.
No fim do ano é mais comum cancelarem voos e eu perder compromissos. Semana passada, meu sócio perdeu um compromisso no Rio: o voo era às 9h30 e às 10h ele ainda não tinha embarcado.
Nessas horas temos um problema de falta de informação bem crítico. A companhia não faz previsão, não tem uma atitude pró-ativa.


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