AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL

O parque da Luz foi o primeiro jardim público de São Paulo. O parque do Carmo era uma fazenda e o Anhangüera, antes sítio Santa-Fé, é o maior parque da capital. Informações como essas, além da localização dos 32 parques, horário de funcionamento e dados sobre fauna e flora compõem o Mapa Verde de São Paulo.
Elaborado como parte das comemorações do aniversário dos 452 anos da cidade, o mapa será lançado amanhã no Ibirapuera, parque paulistano mais conhecido. No local, que chega a receber 200 mil pessoas aos finais de semana, haverá painéis com fotos de todos os parques municipais.
"A maioria das pessoas conhece apenas dois ou três parques. Nosso objetivo é que a população se aproprie desses equipamentos, que se complementam", diz o secretário do Verde e Meio Ambiente, Eduardo Jorge.
Foram feitos 10 mil mapas para serem levados a escolas e aos próprios parques. "Já falei também com a SPTuris para tentarmos fazer uma versão para distribuir aos turistas", afirma o secretário.
O mapa para os moradores da capital tem dados sobre infra-estrutura -mostra se possuem lanchonete, estacionamento, museus, pista de cooper, ciclovias, quadras, aparelhos de ginástica e playground. Também diz se o equipamento tem bosques, mata nativa, viveiro ou aquário.
O parque Tenente Siqueira Campos (Trianon), na avenida Paulista, é um dos que apresentam mata nativa. O do Carmo, em Itaquera, oferece aos visitantes um planetário. Já o Cemucam é o único localizado fora dos limites da cidade -foi fruto de uma permuta entre a Prefeitura de São Paulo e a Cohab (Companhia Metropolitana de Habitação).
A secretaria pretende incrementar o folheto neste ano e incluir, por exemplo, as maneiras de chegar aos parques, com indicações de ônibus e metrô.
O adestrador de cães André Luis Daniel dos Santos, que freqüenta o parque da Aclimação durante a semana e o Ibirapuera aos sábados e domingos, diz que o mapa será bastante útil à população. "Venho ao parque da Aclimação porque fica mais perto de casa. Mas não sei nada sobre ele", afirma. O lugar já foi um zoológico -abrigou até um urso polar branco- e hoje seu lago é habitado por aves aquáticas como socó-dorminhoco e martim-pescador.
Para diminuir a atual poluição do lago, a estação de flotação e remoção de flutuantes do parque passa por melhorias.
O coordenador de marketing Diego Souza Di Costa, 30, teme que o mapa atraia uma multidão aos parques e que eles sejam deteriorados. Ele freqüenta o parque Cidade de Toronto, em Pirituba.
"Durante a semana aqui é tranqüilo, mas aos sábados e domingos fica lotado", diz ele, que leva a filha para brincar no playground. O parque, que possui um grande lago, foi construído numa parceria técnica com o Canadá e os brinquedos são típicos daquele país.
A dona-de-casa Tereza Basílio também costuma levar a filha de cinco anos a esse parque. Moradora da Freguesia do Ó, ela reclama que perto de sua casa não há nenhum equipamento e que falta lazer para as crianças. "Pelo menos este parque está bem conservado, não tem sujeira", diz.

Limpeza
Há 12 dias uma greve de funcionários deixou 13 parques sem serviço de limpeza. Segundo a prefeitura, a empresa responsável pelos empregados, a Dima, atrasou o pagamento de salários.
Com a greve, banheiros foram fechados e o gramado do Parque Buenos Aires, um dos atingidos, começou a acumular papéis de bala, pacotes de biscoito, palitos de picolé e pontas de cigarro.
A secretaria diz que a situação foi normalizada na maioria dos parques. Cinco, entretanto, continuam sem limpeza: Guarapiranga, do Carmo, Trianon, Eucaliptos e Luz. O problema será resolvido em breve, afirma a pasta.
O parque da Aclimação está com o mato alto e Eduardo Jorge diz que o corte deverá ser feito pelos funcionários que voltaram da paralisação. Na entrada pela rua Aporá o mato cresce até mesmo sobre os paralelepípedos. "Deveria estar mais limpo, porém o que mais me incomoda são os brinquedos quebrados e os cachorros bravos sem focinheira e coleira", diz a corretora Cleni Amaral.


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