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CRIME ORGANIZADO
O corpo do traficante Índio foi trazido ao Brasil e enterrado no Rio; polícia investigará como passou pela fronteira
Aliado de Beira-Mar é morto no Paraguai
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Um dos homens de confiança
do traficante Luís Fernando da
Costa, o Fernandinho Beira-Mar,
Almir Bernardino de Arruda, 45,
conhecido como Índio, foi morto
a tiros, na quarta, na cidade de Pedro Juan Caballero, no Paraguai.
Índio foi enterrado no Cemitério Tanque do Anil, em Duque de
Caxias, região metropolitana do
Rio, anteontem, depois de ser velado no prédio da associação de
moradores da favela Beira-Mar,
dominada por Fernandinho Beira-Mar. Seu corpo foi trazido por
amigos num carro, já dentro de
um caixão, e teria entrado no Brasil de forma ilegal.
A Polícia Federal em Brasília informou ontem, por intermédio de
sua assessoria de imprensa, que o
caso será averiguado por agentes
do posto do órgão localizado na
fronteira entre Ponta Porã (MT) e
Pedro Juan Caballero.
A Secretaria de Segurança Pública do Rio não se pronunciou
sobre o caso. Para policiais do Rio
que investigam as ações da quadrilha de Beira-Mar, hoje preso
em Maceió, Índio pode ter sido
assassinado por um grupo rival
em Pedro Juan Caballero.
Esse grupo seria ligado à família
Morel, que dominava o comércio
de drogas na região, segundo investigações da Polícia Federal e da
Polícia do Rio.
Em 13 de janeiro de 2001, homens de Beira-Mar assassinaram
os irmãos Ramon e Manoel Morel. Sete dias depois, João Morel,
chefe da família Morel, foi morto
dentro de uma cela no presídio de
Segurança Máxima de Campo
Grande. "Beira-Mar é odiado em
Pedro Juan [Caballero] por ter dizimado a família Morel. Índio era
o homem forte dele naquela região e estava sempre à frente dos
negócios lá", afirmou um policial
da DRE (Delegacia de Repressão a
Entorpecentes).
A notícia da morte de Índio,
com vários tiros num açougue,
chegou à favela Beira-Mar no
mesmo dia. O comércio na comunidade foi obrigado a fechar as
portas em sinal de luto.
O enterro foi acompanhado por
ao menos 200 pessoas. Na capela
do cemitério, onde o corpo foi velado também, chegaram nove coroas de flores. Em duas delas, lia-se a frase "Saudades dos Amigos
Chapolin e Playboy - Família
FBM". A sigla, segundo o policial
da DRE, é uma alusão ao nome
Fernandinho Beira-Mar. Chapolin e Playboy são dois traficantes
do bando dele. As outras coroas
eram de parentes e amigos. Também havia uma coroa enviada por
um vereador de Duque de Caxias.
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