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Cerqueira César, o pracinha de Marília
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
"O povo de Marília" agradece, ao menos no monumento no centro de sua praça, ao coronel Edoardo Cerqueira César, "o pracinha".
Que nasceu em Mineiros
de Goiás (GO), filho de "agricultores sem fazenda" que
chegaram a Marília no fim
dos anos 1920, "quando era
ainda um sertão de onças".
Ele quis seguir a carreira
militar e foi estudar no Rio.
Virou aspirante em 1943 e foi
para a zona conflagrada de
Natal (RN). Voluntário, chegou ao front em 1944.
Dizia que não matara ninguém. Mas lembrava do barulho seco de milhares de botas inimigas, aproximando-se do pelotão de 36 pracinhas
em Livorno, na Itália, quando foram surpreendidos pela
bandeira branca, sinalizando
a rendição da divisão alemã.
De volta ao Brasil, seguiu a
vida militar e reformou-se
como coronel. E virou fazendeiro. Com a bonificação dada pelo governo, comprou
um sítio, que nos anos 1980
encheu de búfalos de Marajó.
O tempo da velhice, preenchia com leituras de história.
Da guerra trouxe um símbolo do fascismo arrancado de
um prisioneiro, e a bússola e
o binóculo usados em combate; que os filhos perderam.
Intacto, só o Monumento ao
Expedicionário Brasileiro,
ainda hoje no centro da principal praça de Marília. Um a
um, o viúvo levou os oito filhos e 18 netos para vê-lo.
Foi internado por uma
pneumonia e morreu no dia
11, aos 90 anos, do coração.
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