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Contru atestou a segurança do prédio em julho de 2007
DA REPORTAGEM LOCAL
O Contru -órgão da Prefeitura de São Paulo responsável
pela fiscalização da segurança
dos imóveis da cidade- atestou, em julho de 2007, que o
prédio onde funcionava a sede
da Igreja Renascer em Cristo,
no Cambuci, estava "em condições aceitáveis de segurança".
Foi a última vistoria de algum órgão da prefeitura antes
da renovação do alvará de funcionamento do templo, em julho do ano passado. No último
domingo, o telhado do templo
desabou matando nove pessoas
e ferindo outras 124.
O laudo de 2007 do Contru é
genérico e não informa especificamente quais itens de segurança foram analisados. Não fala, por exemplo, se a estrutura
que sustenta o telhado foi verificada. O laudo é específico apenas quando relaciona as irregularidades encontradas.
O Contru informou, à época,
que o templo estava irregular
devido à falta de alvará, vencido
em 2004. Não foi a primeira vez
que isso aconteceu. Entre 1995,
quando pediu a licença de funcionamento, e 2000, quando o
documento foi expedido, a igreja funcionou sem autorização.
Depois, o templo funcionou
com o alvará vencido entre
2001 e 2003.
O laudo do arquiteto do Contru apontou ainda outras irregularidades: fios elétricos expostos sujeitos a curto-circuito,
extintores vencidos desde 1984
e falta de entrega de documentação solicitada duas vezes.
Após novas cobranças de documentos por parte do Contru,
o pedido de renovação do alvará foi indeferido em outubro de
2007. Mesmo assim, nenhum
órgão da prefeitura tomou providências para multar a igreja
ou mesmo lacrar o prédio.
No final de 2007, a Renascer
apresentou mais um lote de documentos, entre eles imagens
impressas do site Google Maps
demonstrando que o estacionamento fora ampliado. A prefeitura aceitou os documentos
e, em julho de 2008, liberou o
alvará, válido por um ano.
Poucos fiscais
A prefeitura conta com 657
agentes vistores responsáveis
pela fiscalização de cerca de 1
milhão de estabelecimentos
comerciais, industriais ou de
serviços. É o equivalente a
1.500 imóveis para cada fiscal.
Os fiscais são ligados às subprefeituras e têm a função de
verificar se as empresas estão
funcionando com toda a documentação regular. Se todas as
empresas fossem visitadas por
um fiscal pelo menos uma vez
por ano, cada funcionário teria
de fiscalizar ao menos seis empresas por dia útil.
Caso encontrem divergências entre a documentação e a
situação do imóvel, os agentes
vistores podem pedir apoio a
engenheiros e arquitetos, ligados às subprefeituras ou ao
Contru. O Contru não informou quantos engenheiros possui. A Secretaria das Subprefeituras se comprometeu a passar
hoje a informação.
Os engenheiros e arquitetos,
além das vistorias técnicas, têm
a responsabilidade de emitir os
alvarás de funcionamento das
empresas. O Contru, responsável apenas por imóveis com
mais de 500 m2, locais de reunião com mais de 500 lugares e
postos de combustíveis, não informou o número de empresas
fiscalizadas pelo órgão.
O Contru deixará de ser um
órgão da Secretaria da Habitação e será transformado na Secretaria Especial de Controle
Urbano. O decreto do prefeito
Gilberto Kassab (DEM) deve
ser publicado hoje no "Diário
Oficial" da Cidade.
(EVANDRO SPINELLI)
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