São Paulo, quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

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Após 60 anos, Maria ainda é o nome mais comum em SP

Maria Aparecida dá lugar a Maria Eduarda na lista de preferências, segundo pesquisa

Levantamento da Fundação Seade mostra também que pessoas passaram a se casar mais velhas e que idade média da população subiu

DA REPORTAGEM LOCAL

Nos últimos 60 anos, as famílias paulistanas diminuíram, homens e mulheres passaram a se casar mais velhos, a idade média dos moradores subiu. Uma característica permaneceu: Maria segue como o nome preferido pelos pais.
Das meninas nascidas no ano passado em São Paulo, 8% receberam esse nome, aponta pesquisa divulgada ontem pela Fundação Seade (órgão do governo paulista). Depois aparecem Ana (7,4%) e Júlia (3,6%).
Maria também era o preferido em 1950 (seguido por Tereza e Ana), mas com uma proporção bem maior (25%).
Nos dois períodos, o costume é combinar Maria com outro nome. Há 60 anos era com Aparecida. Agora é com Eduarda.
Entre os meninos, as preferências são Pedro (4,6%), Gabriel (4,5%) e João (4,2%). Antes, eram José, Antonio e João.
A demógrafa Bernadette Waldvogel, autora do estudo, diz que os pais preferem nomes relacionados a santos. "Mas também há modismos, relacionados com personagem de novela, modelo ou jogador."
Os técnicos que trabalharam na pesquisa relacionaram a preferência por Maria Eduarda à novela da TV Globo Senhora do Destino, exibida entre 2004 e 2005, na qual a atriz Débora Falabella interpretava uma personagem com esse nome.
Na pesquisa do portal Baby CenterBrasil.com, que abrangeu 28 mil bebês de usuários e foi divulgada no início deste mês, os nomes campeões foram Júlia (ou Giúlia), Sofia (ou Sophia) e Maria Eduarda para as meninas; Gabriel, Artur (ou Arthur) e Mateus (ou Matheus) para os meninos.
No levantamento, "ter um significado interessante ou importante" foi o critério citado por 42% dos pais para a escolha; e 38% o fizeram por "ser um nome simples".

Outras conclusões
A pesquisa da Seade também abordou mudanças demográficas na capital paulista. Mostra que o número de moradores por domicílio caiu de 4,8 para 3,1 nos últimos 60 anos -reflexo da diminuição das famílias.
A taxa de crescimento da população desacelerou, de 5,58% para 0,59% ao ano. "São Paulo chegou a uma estabilidade populacional. Não deverá crescer muito mais", disse a autora do levantamento. A cidade tem hoje 11 milhões de habitantes.
Com melhorias nas condições sanitárias e de saúde, a média de idade dos habitantes cresceu de 27 para 33 anos.
Também subiu a idade para o casamento. Em 1950, a média para os homens era de 27 anos; agora está em 32. Para as mulheres, subiu de 24 para 29.
Waldvogel diz que hoje as pessoas passam mais anos focadas nos estudos antes de se casarem. Também contribui o fato de as mulheres estarem mais presentes no mercado de trabalho -esperam se firmar profissionalmente antes de casarem.
Outra constatação é que, proporcionalmente, aumentou o número de mulheres. Antes, eram 100 para cada 97 homens; hoje, a relação é de 100 para 90.


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