São Paulo, sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

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Delegado que agrediu cadeirante é afastado

Houve briga após policial parar em vaga especial de estacionamento

Damasio Marino, que atua em São José dos Campos, cumprirá só tarefas administrativas até fim da investigação
FÁBIO AMATO
DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

O delegado Damasio Marino, que agrediu o advogado cadeirante Anatole Magalhães Macedo Morandini, foi afastado ontem por determinação da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.
Ele cumprirá apenas tarefas administrativas até a conclusão do inquérito que investiga o episódio. Mariano também teve que entregar a arma e a carteira funcional.
A agressão ocorreu na segunda-feira, em São José dos Campos, cidade a 91 km da capital, depois que Morandini repreendeu o delegado pelo fato de o policial, que não é deficiente físico, ter estacionado numa vaga pública destinada a cadeirantes.
Ontem, quatro testemunhas disseram à Corregedoria da Polícia Civil que o delegado usou a arma para agredir e ameaçar Morandini.
Uma das testemunhas, a auxiliar administrativa Carina Garcia Cruz Melo, 38, disse que, ao ver a cena, imaginou que o cadeirante estava sofrendo um assalto. "O motorista batia com a arma na cabeça do cadeirante. Pensei que o carro era do cadeirante e que ele [delegado] estava assaltando", disse Carina.
A auxiliar, que estava dentro do cartório e viu tudo através de um vidro, conta que não ouviu a discussão.
Segundo ela disse à polícia, o delegado "esbravejava" e "gesticulava muito" enquanto apontava a arma para o rosto de Morandini.
Antes de Carina, a Corregedoria ouviu o técnico em informática Antonio Cesar Silvino, 46, que também estava dentro do cartório no momento da confusão.
No depoimento, ele afirmou ter visto o delegado sentado no banco do carro enquanto "segurava, com ambas as mãos, em empunhadura, uma arma de fogo em direção ao cadeirante."

"DOIS TAPAS"
Por meio de seu advogado, Damasio Marino, que trabalha na 6ª DP da cidade, negou que tenha usado a arma para bater em Morandini. Admitiu, entretanto, que deu "dois tapas" no cadeirante depois de ter sido xingado e receber cusparada no rosto.
O delegado depôs ontem na Corregedoria, mas não falou com a imprensa.
Morandini apresenta ferimentos na cabeça e abaixo do olho esquerdo.
O cadeirante também mostrou a camiseta que teria usado no dia da agressão, que tem manchas de sangue.


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