São Paulo, sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

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Buracos voltam à mesma rua, 1 ano depois

Metade dos 57 trechos com deformações mapeados pela Folha em 2010 mantinha problemas no asfalto neste ano

Novas falhas, quando não estavam no mesmo lugar do ano passado, tinham vizinhos a poucos metros

ALENCAR IZIDORO
CRISTINA MORENO DE CASTRO
DE SÃO PAULO

Mesmo avisada, a prefeitura demora para consertar os buracos em época de chuva em São Paulo. E, mesmo quando esse serviço é realizado, os problemas muitas vezes voltam logo depois.
Um ano após a Folha alertar a gestão Gilberto Kassab (DEM) sobre 57 buracos e deformações do asfalto, falhas persistiam em metade dos pontos. Ou seja, eles abriram de novo ou outros novos apareceram ao lado deles em 28 dos trechos mapeados.
Às vezes, deformações profundas, com mais de 1 m de largura. Às vezes, pequenas -mas prestes aumentar.
Até uma avenida do porte da Santo Amaro apresentava depressões -uma delas, encoberta por cone improvisado da CET- um ano depois de serem apontados mais de dez buracos ao longo da via.
Os problemas foram monitorados em distritos como Santo Amaro, Vila Leopoldina, Lapa, Perdizes, Vila Mariana, Pinheiros e Sé.
A prefeitura tinha a meta de realizar em até 48 horas os serviços de tapa-buraco solicitados pela população.
Em 2010, sem se identificar como jornalista, a Folha solicitou pela internet o serviço. Após dez dias, menos de metade dos pedidos tinha sido atendida -os demais reparos, só semanas depois.
Em 2011, os buracos foram revisitados e, quando não estavam abertos exatamente no mesmo lugar, tinham vizinhos inconvenientes, a poucos metros de distância.
Na rua Simões Álvares, em Pinheiros, por exemplo, um asfalto mal colocado em cima de paralelepípedos formava uma série de buracos.
A prefeitura foi avisada de novo neste ano, recapeou o local, mas quatro novos buracos já tinham surgido na parte nova, uma semana depois.
Na rua Xavier Kraus, atrás do Ceagesp, feirantes improvisaram pedras para minimizar a deformação da pista -mas elas não evitaram a queda de um motoqueiro.
Luiz Sérgio Coelho, professor de engenharia civil da FEI (Fundação Educacional Inaciana), diz que falhas comuns no reparo dos buracos são a falta de camadas resistentes e de uma preparação do lugar a ser consertado.
Ele afirma ainda que não basta tapar aquilo que está aberto. "Cada buraquinho é sinal de uma patologia maior na região. Tem que fazer por inteiro. Cada veículo que passa propicia mais desgaste."


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