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Moda agora na Sapucaí é colocar roupa nas musas
Carnaval da "genitália desnuda" perdeu em 2007 para o da "parafernália camuflada'
Ângela Bismarchi, uma das exceções, desfilou com pinturas no corpo; "turista quer ver isso, mulher
bonita, corpo bonito"
TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO
Já houve Carnaval em que sinônimo de sucesso na Sapucaí
era a "genitália desnuda", mas
neste ano venceu a "parafernália camuflada".
As mulheres do Carnaval carioca estão cada vez mais vestidas e cobertas com apetrechos
cada vez mais exóticos -como
uma TV de plasma no caso de
Quitéria Chagas (Imperatriz),
microluzes que enfeitaram
Adriane Galisteu (Unidos da
Tijuca) e uma saia que soltava
fogos como a da porta-bandeira
Simone (Viradouro).
Mas havia exceções no Carnaval bem comportado. A modelo Ângela Bismarchi, por
exemplo, madrinha de bateria
da Porto da Pedra, desfilou com
pinturas e apliques de 2.000
cristais no corpo.
"Turista quer isso, ver mulher bonita, corpo bonito", disse a musa, casada pela segunda
vez com um cirurgião plástico.
Ela já fez 15 correções no corpo.
A maioria das mulheres não
mostraram o corpo, como a
apresentadora Luciana Gimenez, rainha de bateria da Imperatriz Leopoldinense.
Plumas brancas e azuis
escondiam o "derrier". "Eu não
gosto de mostrar a bunda. Não
mostro nem pagando, vou mostrar de graça? Além do mais,
o legal do Carnaval é a fantasia,
senão todo mundo podia sair
pelado", ponderou a apresentadora.
Com um maiô tomara que
caia branco, Adriane Galisteu,
que estreou como madrinha de
bateria da Unidos da Tijuca,
não achou que estava muito coberta. "Estou muito vestida
porque a fantasia é essa", disse,
na dispersão.
A cantora Kelly Key reclamou anteontem dos trajes diminutos e dos gritos de "gorda",
que recebeu do público.
Ela já avisou: caso a Viradouro volte ao desfile das Campeãs,
vai se cobrir mais.
A rainha de bateria da Mangueira, Preta Gil, disse que não
se preocupou muito com a roupa, um maiô verde-e-rosa. "Sou
uma mulata brasileira, com estrias e celulites."
Foliã de primeira viagem,
Mariuska Sandrini, 23, desfilou
na Porto da Pedra. "Acho que a
sensualidade vale mais que a
sexualidade. Não precisa mostrar o bico do peito", afirmou.
Fotógrafos que cobriram o
Carnaval, no entanto, reclamaram. Um deles disse que o Carnaval é a "festa da carne" e reclamou do recato das moças.
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