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Foco
Tortura Nunca Mais quer mudar nome de rua que homenageia Sérgio Fleury
JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO
As subseções do Grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo
e so Rio iniciaram uma campanha nacional e internacional
para pressionar o poder público de São Carlos a mudar o nome da rua Sérgio Fernando
Paranhos Fleury. Delegado
durante o regime militar
(1964-85), o "Dr. Fleury" foi
considerado uns dos principais torturadores.
Ele era acusado de chefiar
grupos de extermínio em São
Paulo. Foi o responsável pela
emboscada que deu fim ao
guerrilheiro comunista líder
da ALN (Ação Libertadora Nacional), Carlos Marighella, em
69. Seu nome ficou associado à
"Lei Fleury", que dá direito ao
réu com bons antecedentes a
responder em liberdade por
crimes contra a vida.
O alerta do Tortura Nunca
Mais, repassado por e-mail a
entidades de direitos humanos no país e no exterior, relata sua "indignação" ao saber
que uma rua leva o nome do
"conhecido torturador".
"Integrante do Esquadrão
da Morte em São Paulo nos
anos 1960, tornou-se um dos
principais agentes do terrorismo de Estado que se instaurou
em nosso país oficialmente
após o AI-5 [Ato Institucional
nº 5], em 1968, quando a ditadura passou a utilizar a tortura
como instrumento oficial do
Estado", diz trecho.
O manifesto afirma que a
homenagem "produz uma memória que enaltece os crimes
de lesa-humanidade cometidos por esses agentes."
O grupo irá encaminhar carta ao prefeito Newton Lima
(PT) e à presidência da Câmara pedindo a imediata troca do
nome da via. A rua Sérgio
Fleury, de dois quarteirões, foi
batizada em 1980, um ano
após a morte do delegado.
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