São Paulo, domingo, 21 de março de 2004

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Linhas extintas são o principal alvo do grupo

DA REPORTAGEM LOCAL

A maioria dos perueiros que atuam com liminares acabou criando regras próprias de atuação, mas respeita as gratuidades (de idosos e carteiros, por exemplo) e tenta fazer uma serviço diferenciado para conquistar os passageiros do sistema regular.
A escolha das linhas e percursos tem como alvo principal as 226 rotas que a prefeitura extinguiu em maio de 2003, na fase de transição do novo modelo de transporte, até mesmo para evitar conflitos com as cooperativas de perueiros. "Muita gente ficou sem alternativa", afirma Alexandre Villa Barbeiro, 42, que cuida do controle operacional da Assesp e que faz um planejamento para a distribuição desses autônomos.
A linha Lapa-Sol Nascente, na qual a reportagem viajou na manhã de anteontem, foi uma das que sofreram modificação naquela época: era operada por lotações e passou ao controle das empresas de ônibus. "Além de ser mais rápido, eu prefiro dar dinheiro aos perueiros", diz a empresária Adriana Aparecida Silva, 35.
"Eles sempre me respeitam", afirmou Dauri Sena, 42, carteiro que viajava de graça para fazer entregas na região do Jaraguá.
O percurso dessa linha é de 22 km. Para os operadores ainda restam dois problemas típicos dos serviços clandestinos: embora estejam amparados por liminares, eles não dispõe de ponto para parada; e os vales-transportes e passes recebidos acabam sendo trocados por dinheiro no mercado paralelo, já que a SPTrans faz a remissão apenas para os perueiros que venceram a licitação.
Barbeiro conta que os perueiros já planejam alugar uma garagem para todos os veículos e colocar um adesivo com código de barra no vidro para evitar clonagens. Os veículos em circulação já começaram a pintar na lataria até mesmo um telefone para reclamações (número da sede da Assesp).
Na linha que a Folha andou e que funciona das 5h10 às 23h45, os passageiros dizem preferir as lotações aos ônibus por causa da rapidez e da agilidade dos veículos -a maioria é miniônibus ou microônibus seminovo. Os intervalos de passagem nos pontos variam de 15 a 20 minutos.
A empregada doméstica Maria Regina dos Santos, 32, apontou como vantagem a possibilidade de parar na porta de casa -e não apenas nos pontos.


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