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Linhas extintas são o principal alvo do grupo
DA REPORTAGEM LOCAL
A maioria dos perueiros que
atuam com liminares acabou
criando regras próprias de atuação, mas respeita as gratuidades
(de idosos e carteiros, por exemplo) e tenta fazer uma serviço diferenciado para conquistar os
passageiros do sistema regular.
A escolha das linhas e percursos
tem como alvo principal as 226
rotas que a prefeitura extinguiu
em maio de 2003, na fase de transição do novo modelo de transporte, até mesmo para evitar conflitos com as cooperativas de perueiros. "Muita gente ficou sem
alternativa", afirma Alexandre
Villa Barbeiro, 42, que cuida do
controle operacional da Assesp e
que faz um planejamento para a
distribuição desses autônomos.
A linha Lapa-Sol Nascente, na
qual a reportagem viajou na manhã de anteontem, foi uma das
que sofreram modificação naquela época: era operada por lotações
e passou ao controle das empresas de ônibus. "Além de ser mais
rápido, eu prefiro dar dinheiro
aos perueiros", diz a empresária
Adriana Aparecida Silva, 35.
"Eles sempre me respeitam",
afirmou Dauri Sena, 42, carteiro
que viajava de graça para fazer entregas na região do Jaraguá.
O percurso dessa linha é de 22
km. Para os operadores ainda restam dois problemas típicos dos
serviços clandestinos: embora estejam amparados por liminares,
eles não dispõe de ponto para parada; e os vales-transportes e passes recebidos acabam sendo trocados por dinheiro no mercado
paralelo, já que a SPTrans faz a remissão apenas para os perueiros
que venceram a licitação.
Barbeiro conta que os perueiros
já planejam alugar uma garagem
para todos os veículos e colocar
um adesivo com código de barra
no vidro para evitar clonagens. Os
veículos em circulação já começaram a pintar na lataria até mesmo
um telefone para reclamações
(número da sede da Assesp).
Na linha que a Folha andou e
que funciona das 5h10 às 23h45,
os passageiros dizem preferir as
lotações aos ônibus por causa da
rapidez e da agilidade dos veículos -a maioria é miniônibus ou
microônibus seminovo. Os intervalos de passagem nos pontos variam de 15 a 20 minutos.
A empregada doméstica Maria
Regina dos Santos, 32, apontou
como vantagem a possibilidade
de parar na porta de casa -e não
apenas nos pontos.
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