DA REPORTAGEM LOCAL

Maestro, arranjador de diversas canções de Raul Seixas e autor de "Sandra Rosa Madalena", o músico Miguel Angel Cidras Vivas morreu ontem, aos 71 anos.
Nascido em Montevidéu (Uruguai) e morador da Vila Brasilina, na região do bairro da Saúde, Cidras passou mal no início da tarde de ontem, quando foi a uma clínica fazer tratamento de fisioterapia -ele sofria com um problema na perna e caminhava com o auxílio de bengala. Na clínica, o maestro desmaiou.
Até o fechamento desta edição, não havia sido divulgada a causa da morte. O enterro seria realizado hoje.
Miguel Cidras chegou ao Brasil no final dos anos 1950. Em Porto Alegre, conheceu Elis Regina. Com especial talento para elaborar arranjos, o maestro trabalhou com Tim Maia e Ney Matogrosso, entre outros, e encontrou no cantor Raul Seixas um parceiro prolífico.
Trabalhou no disco "Os 24 Maiores Sucessos da Era do Rock", que Raul Seixas lançou em 1973. Depois, fez a orquestração das faixas do clássico álbum "Gita" (1974), que trazia músicas como "Sociedade Alternativa", "Super Heróis" e "Água Viva".
Seguiu apoiando o cantor baiano nos anos 1970, em discos como "Novo Aeon" (1975), "Há Dez Mil Anos Atrás" (1976), "O Dia em que a Terra Parou" (1978) -que traz "Maluco Beleza"-, "Mata Virgem" (1979), "Abre-Te Sésamo" (1980) e "Raul Seixas" (1983), entre outros.
Com Roberto Livi, Cidras compôs no final dos anos 1970 "Sandra Rosa Madalena", um enorme sucesso na voz de Sidney Magal.
Respeitado e admirado por seu trabalho na MPB, Miguel Cidras deixa duas filhas.


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