São Paulo, segunda-feira, 21 de março de 2011

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Congresso segura verba de novos presídios

Projeto liberaria cerca de R$ 500 milhões e viabilizaria 38 mil novas vagas para presos

LARISSA GUIMARÃES
DE BRASÍLIA

Apesar do cenário de delegacias lotadas de detentos em todo o país, o Congresso postergou por quase um ano a votação de projeto que liberaria cerca de R$ 500 milhões para a construção de cadeias para presos provisórios -que cumprem prisão temporária ou preventiva, ou têm direito a recursos.
Com esse montante, seria possível viabilizar 38 mil novas vagas para presos provisórios, que representam 44% do total dos detentos, de acordo com dados de 2010. Isso poderia zerar o problema de presos provisórios em ao menos 20 Estados e amenizar a situação nos demais.
O valor de R$ 500 milhões é proveniente do fundo penitenciário e vinha sendo contingenciado pelo governo ano após ano. Para usar o dinheiro do fundo, o Ministério da Justiça precisa de autorização do Congresso.
Em abril de 2010, o ministério enviou aos deputados projeto de lei que chegou a ser aprovado na comissão mista de orçamento.
Como a proposta não foi votada até 31 de dezembro do ano passado, o processo terá de ser reiniciado do zero. O prazo venceu por conta do fim da legislatura.
Líder do governo no ano passado, o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) diz que o Congresso esteve às voltas com assuntos polêmicos. "Não foi possível priorizar uma série de projetos importantes", justifica.
O deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), líder da minoria em 2010 e também na atual legislatura, afirma que a questão da superlotação das cadeias não era uma prioridade do governo Lula.
"Presídios não têm rendimento eleitoral", critica.
Enquanto isso, o número de presos provisórios só cresce no país. Há quatro anos, os presos provisórios representavam 27% do total de detentos. Dados de 2010 mostram que 44% são presos que ainda não receberam sentença, chegando a um patamar de quase 220 mil pessoas.
O Ministério da Justiça informou que está analisando como irá reapresentar a proposta. A Folha apurou que o montante deverá ser maior.


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