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Pataxós tentam
recuperar terra
da Reportagem Local
Os pataxós hã-hã-hães, grupo ao
qual pertence Galdino Jesus dos
Santos Pataxó, estão assentados
provisoriamente numa área de
1.079 hectares, no município de
Pau Brasil, sul da Bahia. A região
abriga fazendas de cacau.
Os índios reivindicam uma área
bem maior, de 36 mil hectares. Há
um processo judicial a respeito,
desde o início dos anos 80, que
aguarda julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal).
Segundo o ex-presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio)
e hoje coordenador de um dos
programas do Instituto Socioambiental, Márcio Santilli, Galdino se
encontrava neste fim-de-semana
em Brasília para se informar sobre
o andamento do processo.
A ação estava para ser relatada
pelo ministro Francisco Rezek,
que deixou o STF e foi substituído
por Nélson Jobim.
Santilli qualificou o incidente,
ocorrido um dia após o Dia do Índio, de ``uma monstruosidade,
que simboliza a maneira perversa
com que a sociedade vem tratando
os índios''.
Segundo o antropólogo José Augusto Sampaio, professor da Universidade do Estado da Bahia e
membro da Associação Nacional
de Ação Indigenista, 398 fazendeiros e posseiros são réus na ação.
Sampaio afirmou que, a partir
dos anos 30, os fazendeiros de cacau ocuparam as terras dos pataxós, amparados, muitas vezes, por
títulos de posse emitidos pelo governo baiano.
O processo caminha devagar.
``Levou dez anos só para citar todos os réus da ação'', disse o antropólogo.
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