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Secretaria confirma segunda morte por febre amarela em SP
EDMILSON ZANETTI
da Agência Folha,
em São José do Rio Preto
A Secretaria da Saúde de São Paulo confirmou ontem a segunda
morte por febre amarela silvestre
este ano. É o segundo caso conhecido da doença, contraída no próprio Estado, desde 1953.
A vítima, o servente de pedreiro
Antonio Luiz Garcia, 38, morreu
no Hospital de Base de São José
do Rio Preto (451 km a noroeste
de SP) em 7 de abril, um dia depois de internado com o funcionamento do fígado comprometido -um dos principais sintomas
da doença.
Até então, o caso era considerado suspeito. Ontem, a DIR-22
(Direção Regional de Saúde) informou que o resultado dos exames feitos pelo Instituto Adolfo
Lutz da capital deu positivo.
A mesma região registrou na semana passada mais uma morte
com suspeita da doença.
O laudo dos exames sobre a
morte da dona-de-casa Helena
Alves, 41, moradora em Estrela
d'Oeste (570 km a noroeste de São
Paulo), deve ser divulgado na
próxima semana.
A dona-de-casa morreu em 12
de abril, depois de nove dias internada em dois hospitais.
Na região de São José do Rio
Preto, existem ainda outras dez
pessoas doentes com sintomas
característicos da febre amarela:
febre alta, dor de cabeça, calafrios,
náuseas, vômitos, dor muscular,
cansaço e icterícia.
Em todo o Estado, foram confirmados outros três casos este
ano, nos quais o contágio aconteceu em outros Estados.
As duas vítimas fatais -e também a terceira, ainda sob investigação- fizeram acampamentos
nas proximidades do rio Grande,
na divisa com Minas Gerais.
Suspeita-se que elas teriam se
contaminado na região.
Erradicada
A Sucen (Superintendência de
Controle de Endemias) capturou
em matas próximas ao rio amostras do mosquito Haemagogus,
responsável pela transmissão da
febre amarela silvestre.
Nas cidades, o transmissor é o
Aedes aegypti, o mesmo da dengue. A febre amarela urbana havia
sido erradicada no país em 1942.
O servente de pedreiro costumava pescar no rio Grande, área
considerada de risco para febre
amarela. Ele morava em Dolcinópolis (600 km a noroeste de São
Paulo).
Foi nas margens do mesmo rio
que o comerciante José Valter Rigueto, 49, de São José do Rio Preto, contaminou-se no Carnaval.
Ele morreu em 17 de março.
Os outros dez doentes, notificados como suspeitos, estiveram
em regiões consideradas endêmicas, em outros Estados, ou em
áreas de risco em São Paulo. A
maioria mora em cidades próximas ao rio Grande.
A liberação da vacina na região
noroeste no início do mês, depois
da confirmação da primeira morte, provocou uma corrida às unidades básicas de saúde. Em três
semanas, foram vacinadas mais
de 40 mil pessoas em 99 municípios.
A imunização no Estado chegou
a ser suspensa em março, por
causa de uma suposta morte por
reação à vacina na região de Campinas (99 km a noroeste de São
Paulo).
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