São Paulo, sexta-feira, 21 de abril de 2000


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Secretaria confirma segunda morte por febre amarela em SP

EDMILSON ZANETTI
da Agência Folha,

em São José do Rio Preto A Secretaria da Saúde de São Paulo confirmou ontem a segunda morte por febre amarela silvestre este ano. É o segundo caso conhecido da doença, contraída no próprio Estado, desde 1953.
A vítima, o servente de pedreiro Antonio Luiz Garcia, 38, morreu no Hospital de Base de São José do Rio Preto (451 km a noroeste de SP) em 7 de abril, um dia depois de internado com o funcionamento do fígado comprometido -um dos principais sintomas da doença.
Até então, o caso era considerado suspeito. Ontem, a DIR-22 (Direção Regional de Saúde) informou que o resultado dos exames feitos pelo Instituto Adolfo Lutz da capital deu positivo.
A mesma região registrou na semana passada mais uma morte com suspeita da doença.
O laudo dos exames sobre a morte da dona-de-casa Helena Alves, 41, moradora em Estrela d'Oeste (570 km a noroeste de São Paulo), deve ser divulgado na próxima semana.
A dona-de-casa morreu em 12 de abril, depois de nove dias internada em dois hospitais.
Na região de São José do Rio Preto, existem ainda outras dez pessoas doentes com sintomas característicos da febre amarela: febre alta, dor de cabeça, calafrios, náuseas, vômitos, dor muscular, cansaço e icterícia.
Em todo o Estado, foram confirmados outros três casos este ano, nos quais o contágio aconteceu em outros Estados.
As duas vítimas fatais -e também a terceira, ainda sob investigação- fizeram acampamentos nas proximidades do rio Grande, na divisa com Minas Gerais.
Suspeita-se que elas teriam se contaminado na região.

Erradicada
A Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) capturou em matas próximas ao rio amostras do mosquito Haemagogus, responsável pela transmissão da febre amarela silvestre.
Nas cidades, o transmissor é o Aedes aegypti, o mesmo da dengue. A febre amarela urbana havia sido erradicada no país em 1942.
O servente de pedreiro costumava pescar no rio Grande, área considerada de risco para febre amarela. Ele morava em Dolcinópolis (600 km a noroeste de São Paulo).
Foi nas margens do mesmo rio que o comerciante José Valter Rigueto, 49, de São José do Rio Preto, contaminou-se no Carnaval. Ele morreu em 17 de março.
Os outros dez doentes, notificados como suspeitos, estiveram em regiões consideradas endêmicas, em outros Estados, ou em áreas de risco em São Paulo. A maioria mora em cidades próximas ao rio Grande.
A liberação da vacina na região noroeste no início do mês, depois da confirmação da primeira morte, provocou uma corrida às unidades básicas de saúde. Em três semanas, foram vacinadas mais de 40 mil pessoas em 99 municípios.
A imunização no Estado chegou a ser suspensa em março, por causa de uma suposta morte por reação à vacina na região de Campinas (99 km a noroeste de São Paulo).


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