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JUSTIÇA SOB AMEAÇA
Prisão pode revelar o mandante
Após 27 dias foragido, acusado de assassinar juiz de Vitória é preso
FERNANDA KRAKOVICS
DA AGÊNCIA FOLHA
Foi preso ontem à tarde Odessi
Martins da Silva Júnior, 20, o
Lombrigão, acusado de matar o
juiz de execuções penais de Vitória (ES) Alexandre Martins de
Castro Filho, 32. Lombrigão estava foragido havia 27 dias. O juiz
foi morto a tiros, no final de março, quando chegava a uma academia de ginástica em Vila Velha, na
região metropolitana de Vitória.
Segundo o secretário da Segurança Pública, Rodney Miranda,
Lombrigão teria declarado, em
entrevista a rádio e TV locais ontem à noite, ser o autor dos disparos que mataram o juiz e que o
crime teria sido encomendado.
Logo em seguida, no entanto,
ainda segundo Miranda, ele teria
voltado atrás em depoimento à
polícia, que não havia terminado
até o fechamento desta edição. O
chefe da DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa), delegado Danilo Bahiense, disse que
Lombrigão foi preso em um morro em Itararé, na capital capixaba.
Um dia após o crime três jovens
confessaram, segundo a polícia,
participação no assassinato do
juiz e apontaram Lombrigão como um dos autores dos disparos.
A versão contada é de latrocínio
-roubo seguido de morte.
A hipótese, no entanto, é descartada por todos os setores envolvidos nas investigações. Para o
Ministério Público e para a Secretaria da Segurança Pública, o assassinato do juiz foi um crime de
mando. O principal suspeito, segundo procuradores da República e o secretário da Segurança Pública, é o coronel reformado da
PM Walter Gomes Ferreira.
Castro Filho foi o responsável
pela transferência do coronel para
uma penitenciária no Acre. A medida foi uma tentativa de acabar
com sua influência no Estado, onde continuaria comandando um
suposto esquema de pistolagem.
Segundo policiais envolvidos
nas investigações, a prisão de
Lombrigão pode levar ao intermediário que contratou os pistoleiros e revelar o mandante.
Ainda há dois sargentos da PM
capixaba presos, Heber Valêncio
e Ranilson Alves da Silva, suspeitos de participação no crime. Valêncio teria sido visto por testemunhas no local logo após o crime. Segundo o secretário da Segurança, os dois sargentos tinham alugado um apartamento
entre a casa do juiz e a academia
de ginástica que ele frequentava.
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