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São Paulo, segunda-feira, 21 de abril de 2003

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JUSTIÇA SOB AMEAÇA

Prisão pode revelar o mandante

Após 27 dias foragido, acusado de assassinar juiz de Vitória é preso

FERNANDA KRAKOVICS
DA AGÊNCIA FOLHA

Foi preso ontem à tarde Odessi Martins da Silva Júnior, 20, o Lombrigão, acusado de matar o juiz de execuções penais de Vitória (ES) Alexandre Martins de Castro Filho, 32. Lombrigão estava foragido havia 27 dias. O juiz foi morto a tiros, no final de março, quando chegava a uma academia de ginástica em Vila Velha, na região metropolitana de Vitória.
Segundo o secretário da Segurança Pública, Rodney Miranda, Lombrigão teria declarado, em entrevista a rádio e TV locais ontem à noite, ser o autor dos disparos que mataram o juiz e que o crime teria sido encomendado.
Logo em seguida, no entanto, ainda segundo Miranda, ele teria voltado atrás em depoimento à polícia, que não havia terminado até o fechamento desta edição. O chefe da DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa), delegado Danilo Bahiense, disse que Lombrigão foi preso em um morro em Itararé, na capital capixaba.
Um dia após o crime três jovens confessaram, segundo a polícia, participação no assassinato do juiz e apontaram Lombrigão como um dos autores dos disparos. A versão contada é de latrocínio -roubo seguido de morte.
A hipótese, no entanto, é descartada por todos os setores envolvidos nas investigações. Para o Ministério Público e para a Secretaria da Segurança Pública, o assassinato do juiz foi um crime de mando. O principal suspeito, segundo procuradores da República e o secretário da Segurança Pública, é o coronel reformado da PM Walter Gomes Ferreira.
Castro Filho foi o responsável pela transferência do coronel para uma penitenciária no Acre. A medida foi uma tentativa de acabar com sua influência no Estado, onde continuaria comandando um suposto esquema de pistolagem.
Segundo policiais envolvidos nas investigações, a prisão de Lombrigão pode levar ao intermediário que contratou os pistoleiros e revelar o mandante.
Ainda há dois sargentos da PM capixaba presos, Heber Valêncio e Ranilson Alves da Silva, suspeitos de participação no crime. Valêncio teria sido visto por testemunhas no local logo após o crime. Segundo o secretário da Segurança, os dois sargentos tinham alugado um apartamento entre a casa do juiz e a academia de ginástica que ele frequentava.


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