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PORTO FERREIRA
Advogados dizem que recorrerão; formação de quadrilha e corrupção de menores são dois dos crimes
Justiça condena vereadores a até 45 anos
FERNANDA BASSETTE
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
Seis vereadores, três empresários e um funcionário público
acusados de organizar festas em
Porto Ferreira (SP) com a presença de adolescentes e crianças foram condenados anteontem em
primeira instância pela Justiça.
As condenações são por corrupção de menores, formação de
quadrilha, favorecimento à prostituição e estupro, entre outros. A
maioria das penas é de mais de 40
anos de reclusão. Os advogados
de defesa consideraram a sentença "exagerada" e afirmaram que
vão recorrer da decisão.
Segundo as investigações do caso, iniciadas em agosto de 2003, 12
adolescentes, de 13 e 16 anos, recebiam entre R$ 30 e R$ 50 para
manter relações sexuais ou participar de orgias com os acusados.
Em janeiro, o suplente de vereador Valter de Oliveira Mafra, acusado de agenciar as meninas, foi
condenado a 67 anos de prisão
-pena reduzida à metade devido
à colaboração com a Justiça. Na
ocasião, o empresário Carlos Alberto Rossi foi condenado a quatro anos por participar das festas.
A maior pena foi a do ex-presidente da Câmara, Luís César Lanzoni (PTB) -45 anos de prisão
por formação de quadrilha, corrupção de menores, mediação e
favorecimento à prostituição. Ele
está preso em Sorocaba.
O vereador Gerson João Pelegrini (PV) foi condenado a 41 anos
de reclusão pelos mesmo crimes,
exceto mediação. Ele poderá apelar em liberdade.
O ex-vereador Laércio Natal
Storti (PSDB), que renunciou, e os
vereadores Edvaldo Biffi (PL),
Luiz Gonzaga Mantovani Borceda (PL) e João Lázaro Batista
(PSDB) receberam pena de 43
anos de reclusão por formação de
quadrilha, corrupção de menores,
favorecimento à prostituição, e
por manter casa de prostituição.
O funcionário público Paulo
César da Silva foi condenado a
cinco anos de prisão em regime
semi-aberto. Entre os empresários condenados estão Nelson da
Silva (41 anos), Luiz Dozzi Tezza
(seis anos, por estupro) e João Batista Pelegrini (quatro anos).
Os dois primeiros estão presos.
Pelegrini vai cumprir pena em liberdade, com prestação de serviços. Roberto Dias Alves e Ivo Capriolio foram absolvidos.
O promotor Cássio Conferino,
autor das denúncias, disse que recorrerá, pois não foi considerado
o crime hediondo na maioria dos
casos. Ele já havia recorrido da
condenação de Mafra pela mesma
razão -ainda não há decisão.
A senadora Patrícia Saboya Gomes (PPS-CE), presidente da CPI
da Exploração Sexual de Menores, disse esperar que as condenações sejam exemplo para o país.
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