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JUSTIÇA
Promotoria identificou fraudes
Prefeito de S. Sebastião tem bens indisponíveis
TATIANA UEMURA
DAS REGIONAIS
O juiz da 2ª Vara Cível de São
Sebastião, Luiz Antonio Carrer,
determinou anteontem a indisponibilidade dos bens e a quebra dos
sigilos fiscal, bancário e telefônico
do prefeito de São Sebastião, Paulo Julião (PSDB), e de 17 réus, entre eles funcionários públicos e
empresários. Cabe recurso.
De acordo com o juiz, existem
"indícios fortíssimos de que foi
montado um verdadeiro esquema de contratação irregular" da
empresa Eness Construtora e Serviços Ltda. para a execução de
obras e serviços de engenharia
para a prefeitura do município do
litoral norte de São Paulo.
Conforme o Ministério Público
Estadual, a Eness venceu licitações de R$ 1,13 milhão.
Segundo a denúncia da Promotoria, a Eness teria sido criada
poucos meses depois do início da
gestão de Paulo Julião, em 2000,
em nome dos "laranjas" Manoel
Ferreira de Souza e sua mulher,
Francisca Bastos de Souza.
O objetivo seria ocultar os verdadeiros sócios e a ligação com o
prefeito: Eugênio Caldeira Júnior
e o filho dele Marco Gessuli Caldeira, que é genro de Julião.
Em depoimento ao Ministério
Público, Souza disse que emprestou seu nome atendendo a um pedido de seu empregador, Eugênio
Caldeira Júnior.
À Folha, Souza confirmou a história. "Eu estou como "laranja".
Assinei porque sou analfabeto. Eu
trabalhava como segurança. Eles
me disseram que eu ganharia
uma gratificação, mas não ganhei
nada. Estou desempregado agora
e não sei o que vou fazer."
Outro lado
O prefeito Paulo Julião afirmou
que vai se defender em todos os
pontos apontados pelo Ministério
Público Estadual.
Ele declarou que não houve ilegalidade em nenhum dos contratos realizados pela prefeitura.
Marco Gessuli Caldeira foi procurado pela Folha para responder
às acusações em seu telefone residencial, mas não foi localizado.
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