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Ônibus e metrô atrasam saída na segunda
Paralisação ocorrerá no início do dia, mas efeitos devem ser sentidos durante a manhã toda; rodízio ainda não foi suspenso
Protesto é contra a emenda 3, que prevê que só cabe à Justiça decidir se o contrato
de prestação de serviço encobre relação trabalhista
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
O sindicato dos motoristas
de ônibus de São Paulo decidiu
aderir à paralisação dos metroviários nas primeiras horas de
segunda-feira -e os paulistanos já devem se preparar para
uma manhã de transtornos no
transporte coletivo e de congestionamentos no trânsito no
primeiro dia útil da semana.
A promessa das lideranças
das duas categorias é de que os
ônibus municipais não vão circular das 3h30 às 6h e que as estações do metrô ficarão fechadas entre as 4h30 e as 6h30.
A tendência é que haja um
efeito cascata que afete os deslocamentos na capital durante
a manhã inteira da segunda-feira, 23. Só no pico das 6h30 às
7h30, 280 mil passageiros são
transportados no metrô, quase
10% da demanda diária.
A companhia já divulgou nota prevendo "um caos no início
da operação na segunda-feira"
se for realizada a paralisação.
O ato está ligado a uma mobilização de diversas centrais sindicais contra a emenda 3, aprovada pelo Congresso e vetada
pelo presidente Lula (PT)
-mas cujo veto poderá ser derrubado pelos parlamentares.
A emenda 3 prevê que só cabe à Justiça, e não aos auditores
fiscais, decidir se um contrato
de prestação de serviço encobre uma relação trabalhista.
Seus defensores dizem que a
intenção é garantir a segurança
de contratos livremente negociados entre as partes. Os críticos vêem a possibilidade de fragilizar a fiscalização e favorecer
que empregadores contratem
sem registros em carteira.
A paralisação no metrô foi
aprovada em assembléia na
quarta-feira. O TRT (Tribunal
Regional do Trabalho) determinou que 80% dos trens sejam mantidos a partir das 4h30
e 100% após as 6h, sob pena de
responsabilidade civil e penal e
multa diária de R$ 100 mil.
O sindicato dizia oficialmente que consultaria a categoria
nas estações, mas seus líderes
confirmavam a paralisação.
O presidente do sindicato
dos condutores de São Paulo,
Isao Hosogi, disse esperar uma
normalização total dos serviços
de ônibus só a partir das 10h.
O metrô transporta quase 3
milhões de pessoas por dia. Já
nos ônibus municipais há 4,5
milhões de viagens diárias.
A Secretaria Municipal dos
Transportes não disse ainda se
poderá suspender as regras do
rodízio de veículos. As lotações
não deverão ser afetadas.
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