São Paulo, sábado, 21 de abril de 2007

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Ônibus e metrô atrasam saída na segunda

Paralisação ocorrerá no início do dia, mas efeitos devem ser sentidos durante a manhã toda; rodízio ainda não foi suspenso

Protesto é contra a emenda 3, que prevê que só cabe à Justiça decidir se o contrato de prestação de serviço encobre relação trabalhista

ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

O sindicato dos motoristas de ônibus de São Paulo decidiu aderir à paralisação dos metroviários nas primeiras horas de segunda-feira -e os paulistanos já devem se preparar para uma manhã de transtornos no transporte coletivo e de congestionamentos no trânsito no primeiro dia útil da semana.
A promessa das lideranças das duas categorias é de que os ônibus municipais não vão circular das 3h30 às 6h e que as estações do metrô ficarão fechadas entre as 4h30 e as 6h30.
A tendência é que haja um efeito cascata que afete os deslocamentos na capital durante a manhã inteira da segunda-feira, 23. Só no pico das 6h30 às 7h30, 280 mil passageiros são transportados no metrô, quase 10% da demanda diária.
A companhia já divulgou nota prevendo "um caos no início da operação na segunda-feira" se for realizada a paralisação.
O ato está ligado a uma mobilização de diversas centrais sindicais contra a emenda 3, aprovada pelo Congresso e vetada pelo presidente Lula (PT) -mas cujo veto poderá ser derrubado pelos parlamentares.
A emenda 3 prevê que só cabe à Justiça, e não aos auditores fiscais, decidir se um contrato de prestação de serviço encobre uma relação trabalhista.
Seus defensores dizem que a intenção é garantir a segurança de contratos livremente negociados entre as partes. Os críticos vêem a possibilidade de fragilizar a fiscalização e favorecer que empregadores contratem sem registros em carteira.
A paralisação no metrô foi aprovada em assembléia na quarta-feira. O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) determinou que 80% dos trens sejam mantidos a partir das 4h30 e 100% após as 6h, sob pena de responsabilidade civil e penal e multa diária de R$ 100 mil.
O sindicato dizia oficialmente que consultaria a categoria nas estações, mas seus líderes confirmavam a paralisação.
O presidente do sindicato dos condutores de São Paulo, Isao Hosogi, disse esperar uma normalização total dos serviços de ônibus só a partir das 10h.
O metrô transporta quase 3 milhões de pessoas por dia. Já nos ônibus municipais há 4,5 milhões de viagens diárias.
A Secretaria Municipal dos Transportes não disse ainda se poderá suspender as regras do rodízio de veículos. As lotações não deverão ser afetadas.


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