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Queda de receita faz Kassab cortar mais o Orçamento
Obras viárias sofrerão maior impacto, diz secretário
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Após ver frustrada em mais
de R$ 550 milhões a estimativa
de arrecadação do primeiro trimestre, a Prefeitura de São
Paulo reduziu em R$ 3 bilhões
a previsão de receita do ano.
Segundo números já apresentados ao prefeito Gilberto
Kassab (DEM), a projeção de
receita para 2009 deverá cair
dos R$ 27,5 bilhões originalmente programados no Orçamento para R$ 24,5 bilhões.
Recém-calculados, os números dos três primeiros meses
inspiraram tal reavaliação. Segundo o secretário municipal
de Finanças, Walter Aluisio
Morais Rodrigues, a prefeitura
arrecadou pouco mais de R$
6,6 bilhões no primeiro trimestre, 7,7% a menos do que os cerca de 7,2 bilhões previstos.
"Conseguimos arrecadar 1%
a mais do que no ano passado.
Mesmo assim, foram R$ 560
milhões a menos do que previsto. Uma frustração muito grande. Mantido esse ritmo, a prefeitura estará muito bem se
chegar a R$ 24,5 bilhões [em
2009]", disse Walter Aluisio,
avisando que o congelamento
de gastos (contingenciamento)
só será revisto caso a economia
passe por uma recuperação.
No fim do ano passado, num
acordo entre Kassab e Câmara,
os vereadores chegaram a reduzir em R$ 2 bilhões, já por causa
da crise, o total de despesas
previstas para São Paulo: de R$
29,4 bilhões propostos inicialmente pelo Executivo para R$
27,5 bilhões. Assim como o titular das Finanças, o secretário
municipal de Planejamento,
Manuelito Magalhães, também
admite uma perda bem maior,
mesmo com a aprovação de um
Orçamento mais magro.
"Temos uma defasagem entre o que estava projetado e o
que está acontecendo. Tanto
que fizemos um contingenciamento. A projeção é de R$ 27,5
bilhões no Orçamento. Agora,
se der R$ 25 bilhões, estamos
felizes da vida", afirmou ele.
Para garantir fôlego a obras, a
prefeitura reduziu a quase um
terço a projeção de superávit
primário (a "economia" que faz
para abater sua dívida). Segundo proposta enviada na sexta-feira à Câmara, a previsão passou de R$ 1,1 bilhão para
R$ 406,5 milhões.
Obras
Antes reservada ao pagamento da dívida, essa diferença
será destinada a obras. Ainda
assim, o secretário de Infraestrutura, Marcelo Branco, admite que boa parte dos investimentos será contida. Segundo
ele, a orientação é pela preservação das obras na área de educação e saúde. "As de infraestrutura [no setor viário] deverão sofrer maior impacto da
crise", disse Branco, para quem
o momento requer o aumento
de parceiras público-privadas.
Em curso desde o início do
ano, a renegociação de contratos da Prefeitura não surtirá
tanto efeito, afirmou o secretário de Finanças, porque já foram assinados na atual gestão.
Com a crise, o estoque da dívida também engordará em R$
1,4 bilhão. A saúde financeira
da prefeitura é hoje alvo de
atenção do governador José
Serra (PSDB). Avalista de Kassab, seu vice na eleição de 2004,
Serra terá, segundo seus aliados, seu desempenho eleitoral
atrelado à avaliação do prefeito.
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