São Paulo, terça-feira, 21 de abril de 2009

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WILSON FLORIANO VILLAVERDE (1936-2009)

O sapateiro das botas Feitio do Alegrete

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Com cerca de 17 anos, Wilson Floriano Villaverde começou a fazer pequenos consertos em calçados numa sapataria em Alegrete (RS). Foi seu primeiro emprego.
Passado algum tempo, o dono do estabelecimento, impressionado com o esforço do rapaz, decidiu fazer algo a mais por ele. "Eu vou te dar uma máquina, e tu vai abrir uma sapataria para ti."
Com a máquina de costura que ganhou de presente, continuou nos pequenos reparos, até que o negócio foi crescendo, e Wilson -que exerceu a profissão por mais de 50 anos- passou a fabricar seus próprios produtos.
Hoje, o carro-chefe da empresa é a alpargata Feitio do Alegre, que fez de seu dono uma figura popular na cidade. A marca foi parar até em música: "Guri", de João Batista e Júlio Machado -popularizada na voz do cantor César Passarinho- cita as botas num dos versos.
A canção foi também gravada por Sérgio Reis.
No Estado, ficaram populares as alpargatas coloridas que levam os escudos do Grêmio e do Internacional.
Boêmio e irreverente, adorava batucar o pandeiro no bar até o próximo dia clarear. Em janeiro último, descobriu um tumor na vesícula. Aos 73, ainda tinha o sonho de aumentar a fábrica, abrir uma nova unidade, levar a marca para outros lugares.
A doença o matou na segunda, 6, e ele foi enterrado ao som de Lupicínio Rodrigues, cantado pelos amigos. Deixa três filhos e três netos.

obituario@grupofolha.com.br


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