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WILSON FLORIANO VILLAVERDE (1936-2009)
O sapateiro das botas Feitio do Alegrete
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Com cerca de 17 anos, Wilson Floriano Villaverde começou a fazer pequenos consertos em calçados numa sapataria em Alegrete (RS). Foi
seu primeiro emprego.
Passado algum tempo, o
dono do estabelecimento,
impressionado com o esforço do rapaz, decidiu fazer algo a mais por ele. "Eu vou te
dar uma máquina, e tu vai
abrir uma sapataria para ti."
Com a máquina de costura
que ganhou de presente,
continuou nos pequenos reparos, até que o negócio foi
crescendo, e Wilson -que
exerceu a profissão por mais
de 50 anos- passou a fabricar seus próprios produtos.
Hoje, o carro-chefe da empresa é a alpargata Feitio do
Alegre, que fez de seu dono
uma figura popular na cidade. A marca foi parar até em
música: "Guri", de João Batista e Júlio Machado -popularizada na voz do cantor
César Passarinho- cita as
botas num dos versos.
A canção foi também gravada por Sérgio Reis.
No Estado, ficaram populares as alpargatas coloridas
que levam os escudos do
Grêmio e do Internacional.
Boêmio e irreverente, adorava batucar o pandeiro no
bar até o próximo dia clarear.
Em janeiro último, descobriu um tumor na vesícula.
Aos 73, ainda tinha o sonho
de aumentar a fábrica, abrir
uma nova unidade, levar a
marca para outros lugares.
A doença o matou na segunda, 6, e ele foi enterrado
ao som de Lupicínio Rodrigues, cantado pelos amigos.
Deixa três filhos e três netos.
obituario@grupofolha.com.br
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