São Paulo, quinta-feira, 21 de abril de 2011

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Veículos leves poluem mais que a indústria em SP

Inventário do governo aponta participação de vários setores na poluição

Estudo ambiental mostra obstáculos para o Estado conseguir reduzir emissão de gases em 20% até 2020

EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO

A emissão de gases de efeito estufa dos carros, utilitários e motos que rodam pelas ruas paulistas é maior do que toda a poluição do ar provocada pelo setor industrial.
O primeiro inventário do Estado sobre poluentes gerados pelo homem, divulgado ontem pelo governo, revela o quanto é gigantesco o peso do setor de transportes nas emissões de gases tóxicos que contribuem para o aumento do efeito estufa.
Somados, carros, utilitários e motos jogaram 14,1 milhões de toneladas de gases de efeito estufa nos céus das cidades paulistas. Sem contar os ônibus e caminhões.
Toda a indústria do Estado, de acordo com números medidos em 2008, poluiu a atmosfera com 13,4 milhões de toneladas de gases -o dióxido de carbono é o gás que mais contribui para o aquecimento global.
O inventário registra também um crescimento de 58% nas emissões. Variação aferida entre 1990 e 2008.
Como o grande vilão é o setor de transporte, principalmente o rodoviário e o aéreo, tanto especialistas independentes quanto técnicos do governo do Estado são unânimes em afirmar que, sem medidas contundentes contra o uso do carro ou que diminuam a queima de combustíveis fósseis (gasolina e diesel), será impossível São Paulo atingir sua meta legal de redução.
Pela lei em vigor desde 2009, o Estado tem até 2020 para reduzir em 17,8 milhões suas emissões gerais -20% das emissões globais medidas em 2005, segundo diz a legislação específica.
A meta era antiga, mas apenas ontem se soube quanto será preciso reduzir.
"São Paulo teria que trocar toda a gasolina usada pelos carros por etanol para atingir a meta", diz em tom hipotético João Alves, coordenador do Proclima, programa estatal criado em 1995.
Para Bruno Covas (PSDB), secretário estadual de Meio Ambiente, outra linha de ação terá que ser na troca de parte da matriz energética.
"Temos de estimular a energia eólica, por exemplo. Na área de transportes, investir em metrô, ferrovias."


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