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Projeto evita preconceito em escola
DA REPORTAGEM LOCAL
Professores e funcionários da
rede pública de ensino municipal
de São Paulo estão sendo treinados para lidar com as diferenças
dentro das salas de aula. "Há uma
população de homossexuais nas
escolas invisíveis aos olhos dos
professores", diz Lula Ramires,
presidente do grupo Corsa.
"A escola age como se todos fossem heterossexuais, como se não
existissem diferenças sociais, culturais, econômicas ou étnicas. A
escola tem dificuldade para lidar
com diferenças", afirma.
O projeto de treinamento se
chama "Educando para a diversidade: os GLBTs na escola". A sigla
significa gays, lésbicas, bissexuais
e transexuais. O financiamento é
do Ministério da Saúde, preocupado com a questão dos direitos
humanos dos homossexuais.
"A proposta é tentar impedir
que o despreparo do professor
aumente ainda mais a evasão escolar", afirma Ramires. "Sem respeito e sem auto-estima, o estudante homossexual pode acabar
deixando a escola."
O projeto foi iniciado em 2001 e
já treinou cerca de mil professores. Outros 2.000 estão sendo treinados neste ano. É pouco ainda,
perto dos 20 mil professores e 10
mil funcionários que formam a
rede municipal de ensino.
Na sua avaliação, os professores
estão recebendo bem o debate, revelando as dificuldades que encontram em classe para lidar com
a questão. "O professor é lembrado de que não deve reforçar idéias
que levem ao preconceito. Por
exemplo, alimentar a imagem de
que menina não joga bola e que
não pode sentar-se de pernas
abertas." Também deve interferir
quando observar alunos tratando
a questão da sexualidade com
preconceito. Quando deixa de
agir, o professor está permitindo
uma discriminação que o aluno
levará para a rua e para casa.
Ramires diz que o projeto se iniciou pelas escolas municipais
porque houve interesse da prefeitura nessa parceria.
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