São Paulo, domingo, 21 de maio de 2006

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PASSEI POR ISSO

"Era difícil até para comer com garfo"

Antes dos 60 anos eu comecei a tomar um remédio cujo princípio ativo era a flunarizina para tratar uma labirintite. Naquela época, de madrugada, eu acordava com muita tontura e parecia que eu ia cair da cama. Decidi procurar um médico. Sem me pedir nenhum exame, ele disse que eu tinha labirintite e me receitou um comprimido diariamente de flunarizina.
De fato, as tonturas passaram. O problema surgiu uns dez anos depois: minhas mãos começaram a tremer e passei a me sentir deprimido.
Minhas mãos tremiam demais e era difícil até para comer. Eu colocava o arroz no garfo e quase tudo caía. Mesmo assim, nunca quis comer com colher. O primeiro médico que consultei me encaminhou para um neurologista dizendo que eu tinha Parkinson. Quando cheguei ao neurologista, ele me perguntou os remédios que eu tomava. Assim que mencionei a flunarizina, ele disse que eu não tinha Parkinson. Quase não acreditei. Ele suspendeu meu tratamento e indicou um outro remédio para a tontura, que eu tomei somente durante seis meses. Pouco tempo depois, os sintomas do Parkinson sumiram e as tonturas melhoraram. Eu tive o "falso Parkinson", mas sarei.

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