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JOSÉ ONOFRE KROB JARDIM (1942-2009)
O maior crítico do país, segundo Paulo Francis
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Deveria haver alguém para
acompanhar José Onofre, ficar atento às suas frases e
anotá-las, para que não se
perdessem. Segundo Vera,
ex-mulher do jornalista, era
isso o que dizia Luis Fernando Verissimo sobre o amigo.
Foram muitos os que admiraram a habilidade de Zé
com as palavras. "Paulo
Francis dizia que ele era o
maior crítico brasileiro",
lembra Vera. Escrevia sobre
cinema e literatura.
Natural de Bagé (RS), começou a trabalhar na Viação
Férrea do RS, fazendo serviços burocráticos. Em 1967,
tornou-se chefe do departamento audiovisual do colégio Israelita Brasileiro.
Dois anos depois, deu início à carreira jornalística, ao
entrar no "Zero Hora".
Antes de vir a SP, ainda
passou por uma agência de
propaganda e pela rádio e TV
Difusora. Trabalhou na editora Abril, revista "Senhor",
"IstoÉ", "O Estado de S. Paulo", "Gazeta Mercantil" e
"Carta Capital". No início e
em meados dos anos 80, colaborou com esta Folha.
"Zé amava o [Ernest] Hemingway. Ele tinha até uma
foto linda do escritor, com
aquela barba, na parede de
casa. Amava também John
Wayne." Vera diz que ele vivia grudado aos livros. Autor
de "Sobra de Guerra", também adorava gatos.
Morreu anteontem, aos
66, após parada cardiorrespiratória. Sofria de diabetes
e problemas renais. Estava
em coma havia 45 dias. O enterro foi ontem, em Porto
Alegre. Não teve filhos.
obituario@grupofolha.com.br
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