São Paulo, sábado, 21 de maio de 2011

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ANÁLISE

Modelos de policiamento dependem de cada campus

CLAUDIO BEATO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Problemas de segurança nos campi universitários têm entrado crescentemente na agenda dos responsáveis pela administração de nossas universidades estaduais, federais e particulares.
O trágico incidente ocorrido na USP é parte de uma estatística muito mais variada e abrangente do que ocorre no dia a dia das universidades.
O que fazer ainda não é claro devido à polarização de posições nesta matéria. Preconceitos de ambos os lados fornecem combustível à uma discussão que não deveria se estender a ponto de comprometer a segurança da comunidade universitária. No estado atual de coisas, são desatualizadas, descontextualizadas e pouco úteis. A conveniência ou não do ingresso da PM no campus é uma dessas questões. Em parte, ela ilustra mais uma das inúmeras mazelas decorrentes de nossa estrutura constitucional de segurança pública.
Estamos amarrados à atuação das polícias militares neste tipo de atividade. Temos barreiras constitucionais para a implementação de um tipo de policiamento adequado e familiarizado com as necessidades de uma comunidade universitária.
Assim, qualquer solução deverá passar pela negociação das condições com a PM. Por outro lado, a discussão sobre se a polícia deve ou não entrar no campus não é suficiente para o desenvolvimento de um modelo de segurança em universidades.
Em outros países, como nos EUA, existe uma legislação federal regulando as condições de segurança nesses locais. Em nosso caso, sequer as universidades federais dispõem desta ordenação.
Esta é uma área relativamente estudada em outros países. Tipos de policiamento são variados e dependem das condições de cada um dos campi. Além disso, a montagem das condições de segurança passa pela identificação dos problemas que ocorrem, através de estatísticas das áreas mais vulneráveis e dos tipos de crimes mais recorrentes. Não existem soluções universais, mas um conjunto de medidas adequadas a cada caso.

CLAUDIO BEATO é coordenador do Centro de Estudos em Criminalidade e Segurança Pública, da UFMG


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