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OUTRO LADO
Aeronáutica diz que investe em pessoal
Advogado que defende
controlador absolvido
por "inépcia" do caso do
acidente da Gol pede
que juiz faça retratação
DE CUIABÁ
Procurado pela Folha desde anteontem por meio de
sua assessoria de imprensa,
o Comando da Aeronáutica
respondeu, em nota, que não
"tece comentários a respeito
de decisões judiciais".
"Cabe esclarecer que, somente entre 2007 e 2010, a
Força Aérea Brasileira formou mais de mil novos controladores de tráfego aéreo,
além de profissionais de
áreas também ligadas ao
controle do espaço aéreo, como técnicos em comunicações e em meteorologia."
A Aeronáutica diz que os
investimentos realizados no
setor desde 2007 ampliaram
"a capacitação do nível operacional dos controladores".
A nota cita também um investimento de R$ 5 milhões
por ano em cursos "visando a
elevar o nível de inglês dos
profissionais envolvidos diretamente no atendimento
de tráfegos de aeronaves internacionais".
O atual comandante da
Aeronáutica é o brigadeiro
Juniti Saito, que assumiu em
2007. À época do acidente, o
comando era do brigadeiro
Luiz Carlos da Silva Bueno,
cujo afastamento foi atribuído à crise que se instalou no
setor aéreo desde então.
"O resultado desses investimentos já pôde ser constatado em 2009, quando a Organização da Aviação Civil
Internacional (OACI), ligada
às Nações Unidas, realizou
uma auditoria no sistema de
controle do espaço aéreo brasileiro e o classificou dentre
os três melhores no mundo",
diz a nota da Aeronáutica.
O advogado Roberto Sobral, defensor do controlador
Jomarcelo Fernandes dos
Santos, disse considerar
"justíssima" sua absolvição,
mas avaliou que houve "exagero" nas menções do juiz à
"inaptidão" de seu cliente.
"Espero que o juiz se retrate, pois não estamos falando
de uma pessoa sem nenhuma capacidade. O problema
é que o encargo que foi dado
para ele era insuportável para alguém com a experiência
que ele possuía à época",
afirmou o advogado.
Segundo Sobral, Jomarcelo somente deveria operar
"sob supervisão ou na função de assistente". "Em qualquer lugar do mundo, um
profissional com a experiência dele seria assistente. Jamais ficaria sozinho".
Sobre o controlador de voo
Lucivando Tibúrcio de Alencar, condenado na mesma
decisão que inocentou Jomarcelo, o advogado disse
que vai recorrer.
"A Força Aérea preservou
seus oficiais e deixou que toda a responsabilidade caísse
nas costas dos controladores", disse o advogado.
Em outubro do ano passado, reportagem da Folha
mostrou que o país tinha
quase 900 controladores a
menos do que a meta de 3.114
estabelecida pelo Decea (Departamento de Controle do
Espaço Aéreo) em 2008.
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