da Agência Folha, em Porto Alegre

A aluna Samanta Tassoti, 20, do quinto semestre de publicidade na Unicruz (Universidade de Cruz Alta), não precisou interromper seus estudos graças a um reboque agrícola, que era utilizado para transportar grãos na lavoura do seu pai.
Foi esse implemento que o agricultor Osvaldo Tassoti, 47, pai de Samanta, ofereceu à universidade, no final do ano passado, como meio de quitar as seis mensalidades em atraso da faculdade da filha.

Utilidade
A universidade diz ter destinado o reboque para a faculdade de agronomia, um dos seus 28 cursos.
A instituição afirma que recebe bens dos alunos que estão sem dinheiro para pagar as mensalidades nos casos em que o objeto oferecido é útil a alguma faculdade ou à administração.
Samanta devia cerca de R$ 2 mil, referentes ao segundo semestre do ano passado.

Atraso
Ela disse que seu pai fazia o pagamento de seis em seis meses, forma mais conveniente a sua atividade na agricultura, apesar da cobrança de juros.
Porém, os negócios não ocorreram conforme o esperado e houve o atraso no pagamento das mensalidades.
O reboque, segundo a estudante, foi avaliado em R$ 1.500. A diferença foi paga em dinheiro.
Samanta ficou satisfeita com a negociação que possibilitou a continuidade dos seus estudos. Ela disse adorar o curso de publicidade. Ainda faltam três semestres para a garota terminar o curso.

Mais despesas
O pai de Samanta, porém, continuará a ter despesas ligadas à educação.
O filho Mateus acabou de ingressar na faculdade de veterinária e a pequena Sabrina, filha mais nova, estudante do primeiro grau, também sonha em estudar na universidade.
"Eu cursei a faculdade da vida. Meu pai não tinha condições de dar estudo para os oito filhos", disse Osvaldo, que fez apenas os quatro anos do curso primário. (CAS)



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