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Reitores desconsideram ameaça
do enviado especial
Os reitores das universidades federais nem sequer consideraram
ontem a possibilidade de que o
Ministério da Educação possa intervir nas instituições se eles não
entregarem listas com os nomes
de grevistas -como foi sugerido
anteontem pelo secretário-executivo do ministério, Luciano Oliva
Patrício.
"As universidades têm autonomia, os reitores têm mandato, e o
assunto que o secretário (Patrício)
citou nós só tratamos com o ministro", disse o presidente da Andifes (entidade que reúne os dirigentes das instituições federais),
José Ivonildo do Rêgo.
Questionado na terça-feira pela
Folha se o corte de salários de todos os professores, mesmo que
não estivessem em greve, poderia
gerar problemas, Patrício disse:
"Estamos trabalhando com a
perspectiva de não chegar à situação limite, já determinada em lei,
que é a intervenção."
Entre os reitores, houve até
quem considerasse -pedindo o
anonimato- que "o Luciano
(Patrício) deu uma de Serjão".
Ou seja, avalia-se que essa não é
a posição do ministro Paulo Renato Souza e que o decreto 1.480 de
1995 -que exige a entrega de listas com nomes de grevistas no serviço público federal, caso contrário o dirigente é exonerado- não
será aplicado.
Negociação
Pelo contrário, os reitores passaram praticamente toda a tarde formulando uma proposta que possa
ser aceita tanto pelo Ministério da
Educação como pelos grevistas.
Ela deverá ser apresentada hoje
ao ministro antes da reunião com
os professores.
O primeiro ponto é que o governo não corte o pagamento de salários na próxima segunda-feira, como vem ameaçando há duas semanas.
Segundo, que seja instalada imediatamente uma mesa de negociações que tenha como diretrizes: 1)
a valorização dos salários dos professores ativos (que ainda não estão aposentados); 2) a valorização
da titulação; e 3) que uma proposta de reajuste salarial seja extensiva ("mesmo que parcialmente")
aos aposentados.
Ou seja, os reitores aceitam um
aumento diferenciado tanto entre
os professores como entre os ativos e inativos.
Mas, para isso, defendem que o
movimento grevista deve se comprometer a suspender a paralisação até o dia 30.
(FR)
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