São Paulo, sexta-feira, 21 de junho de 2002

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USP

Sedi Hirano foi o mais votado; reitor deve escolher nome até 23 de julho

Filosofia define lista tríplice para seu novo diretor

CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL

O professor Sedi Hirano, do Departamento de Sociologia da USP (Universidade de São Paulo), saiu ontem como favorito nas eleições para diretor da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas). Ele recebeu 83 votos de docentes, funcionários e alunos, seguido de Ariovaldo Oliveira (geografia), com 21 votos, e Alfredo Bosi (letras), com 17.
Os três nomes compõem uma lista tríplice que será entregue hoje ao reitor Adolpho José Melfi. O reitor tem até o dia 23 de julho para escolher um deles.
Os nomes de Bosi e de Oliveira aparecem mais por uma exigência regimental. A indicação de Hirano foi um consenso em todos os departamentos da unidade, segundo o atual diretor, Francis Henrik Aubert. Isso teria levado o professor de ciência política Leonel Itaussu a retirar sua candidatura um pouco antes do início do pleito, conforme apurou a Folha.
O fato de ter sido o mais votado não significa que Hirano já esteja eleito. O reitor tem autonomia para escolher outro nome, mas, se o fizer, corre o risco de aumentar o clima de animosidade que se instaurou entre a FFLCH e a reitoria desde o início da greve dos alunos da unidade, em 30 de abril.
Os estudantes pedem a contratação de mais 259 professores. A FFLCH tem hoje 20% dos alunos da USP e seu quadro de docentes corresponde a 7% do total de professores da universidade.
Ontem, Hirano preferiu não dar entrevistas. Disse que só o fará se for indicado pelo reitor. Em seu "programa de governo", divulgado durante o processo eleitoral, Hirano afirma que a "reposição de professores deveria ser automática quando o número de docentes for inferior ao mínimo estabelecido para a manutenção da docência e da pesquisa".

Unificação
Após a eleição, estudantes, professores e funcionários discutiram a conversa mantida no dia anterior entre um grupo de professores notáveis da unidade, funcionários, alunos e o vice-reitor, Hélio Nogueira da Cruz, em que ficou acertada a constituição de uma comissão, formada por estudantes, representantes da FFLCH e membros da reitoria.
Na opinião da filósofa Marilena Chauí, que faz parte da comissão de notáveis, o ideal é que professores e alunos estabeleçam um plano conjunto de propostas. "Precisamos unificar a pauta de reivindicação. Isso aumenta o nosso poder de negociação."
Em relação à contratação de professores, a congregação da unidade pede mais 115, enquanto os alunos insistem em 259.
Para a reitoria, os números são contraditórios e isso demonstraria falta de planejamento.



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