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Para polícia, prisões indicam eficácia
DA REPORTAGEM LOCAL
Embora admitam o crescimento do tráfico de drogas na zona
norte de São Paulo, policiais que
chefiam delegacias da região afirmam que o aumento de ocorrências desse tipo de crime também
mostra eficácia do trabalho policial. Esses números, segundo eles,
não podem ser interpretados como indicadores do aumento da
periculosidade em relação a outras áreas da capital paulista.
Segundo o titular da Delegacia
Seccional Norte, Darci Sassi, a
maioria das ocorrências registra
apreensões de pequenas quantidades de droga. Os presos também seriam, na maior parte, microtraficantes.
Mas não se sabe o perfil exato
desses criminosos. Nem mesmo o
Denarc (Departamento Estadual
de Investigações sobre Narcóticos), que investiga quadrilhas e
fornecedores maiores, tem um levantamento desse tipo.
Sassi, no entanto, também responsabiliza a favelização de algumas áreas pelo aumento dos registros de tráfico no 73º DP (Jaçanã), distrito que abrange parte do
Jardim Brasil.
Com um mapa da mão, o delegado Artur Benvegnu, titular do
73º DP, mostra áreas em branco
que, porém, segundo ele, já estão
ocupadas por loteamentos clandestinos e favelas. "Sem essa localização, fica muito mais difícil",
afirmou o delegado.
Segundo Benvegnu, a droga que
chega à região -principalmente
cocaína- é separada e embalada
nas favelas e depois vendida no
asfalto, onde é registrado o maior
número de flagrantes. A droga
também atrai consumidores e intermediários de outras regiões,
segundo a polícia.
A rua Benfica, no Jardim Brasil,
que registrou o recorde de ocorrências de tráfico na área do 73º
DP em 2004 -seis flagrantes-,
fica distante das áreas ocupadas
por favelas.
O delegado admite que os presos são os vendedores finais, parte
mais fraca da estrutura do tráfico.
Cerca de 20% dos presos, segundo ele, têm menos de 18 anos.
Benvegnu diz, porém, que os líderes estão sendo identificados
pela polícia. Ele nega a ocorrência
de toques de recolher decretados
pelo tráfico apesar de moradores
do Jardim Brasil, por exemplo,
afirmarem que são freqüentes.
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