São Paulo, quinta-feira, 21 de junho de 2007

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Morador de rua se instala ao redor da catedral da Sé

Moradias são improvisadas entre paredes e grades que circundam igreja

Após reurbanização da praça, com a eliminação de pontos que serviam de abrigo, moradores de rua encontraram novo espaço

FLÁVIO FERREIRA
DO "AGORA"

Cinco meses após a revitalização da praça da Sé, na região central de São Paulo, as laterais da catedral estão tomadas por moradias improvisadas entre as paredes e as grades que circundam a igreja. Os espaços, com tamanho de seis metros quadrados, são utilizados por moradores de rua, que os chamam de "malocas". As grades que os cercam têm cerca de dois metros de altura e um pequeno portão.
Segundo a secretaria da catedral da Sé, os espaços passaram a ser ocupados após as obras de reurbanização na praça, que eliminaram pontos que serviam de abrigo para os moradores de rua. A secretaria estima que cerca de 40 pessoas utilizem os locais para dormir.
Ontem, quatro mulheres ocupavam um dos compartimentos na lateral da catedral. Batizado por elas de "maloca das tigresas", o espaço tinha suas grades vedadas por cobertores e estava cheio de colchonetes e roupas.
Uma das mais velhas do grupo, Débora Bispo, 18, disse que começou a utilizar o local no início do ano, depois de deixar um abrigo municipal no bairro do M'Boi Mirim (zona sul da capital). "Abandonei minha casa muito cedo por problemas com meus pais", diz.
A reinauguração da Sé ocorreu em 25 de janeiro, após a recuperação dos monumentos da praça. Eles já voltaram, entretanto, a ser pichados.
Os canteiros com lama que foram instalados pela prefeitura ao redor dos espelhos d'água da praça -uma ação para desestimular a invasão por moradores de rua- estão secos. Com isso, os banhos e a lavagem de roupas por moradores de rua já se tornaram novamente uma rotina na praça.


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