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Sem chuvas, São Paulo enfrenta inverno seco
Ar seco e poluição causam doenças respiratórias
ISABELA MENA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Sem chuva há 17 dias seguidos, São Paulo entra no inverno
com baixos índices de umidade
do ar e condições desfavoráveis
para dispersão de poluentes, o
que favorece o aumento de
doenças respiratórias.
Segundo o Instituto Nacional
de Meteorologia, os dois únicos
dias de chuva em junho foram
responsáveis por 24mm, número abaixo dos 56mm esperados para a época. A estiagem,
como a do ano passado, ocorre
porque as frentes frias vindas
do Sul desviam para o oceano
antes de chegar ao Estado.
Suspensas no ar pela ausência de chuvas, as partículas de
poluentes -emitidas principalmente pelos escapamentos
de veículos- irritam mucosas
já fragilizadas pela falta de umidade, piorando ou ocasionando
doenças respiratórias.
Em contato direto com o ar
poluído, os tecidos que revestem órgãos como nariz, olhos e
brônquios ficam ressecados.
Quem tem asma, bronquite, rinite crônica ou conjuntivite fica sujeito a crises. "É preciso,
principalmente, manter a hidratação da mucosa ingerindo
líquidos durante todo o dia",
explica o pneumologista Ciro
Kirchenchtejn, da Unifesp.
Inversões térmicas de baixa
altitude (ar frio perto do solo e
quente próximo da atmosfera)
e períodos com pouco ou sem
vento, em especial à noite, característicos da fase fria e seca,
também prejudicam o ar.
O inverno começa às 15:06 de
hoje oficialmente. Assim como
em 2006, a previsão para este
ano é de altas temperaturas,
acima da média histórica.
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