São Paulo, domingo, 21 de junho de 2009

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ANTONIO AUGUSTO DOS SANTOS NOGUEIRA (1918-2009)

Quase aos 90, o engenheiro ainda participava de bancas

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Devido à ausência de água tratada naqueles anos 20, em Salvador (BA), duas irmãs de Antonio Augusto dos Santos Nogueira morreram vítimas de uma infecção intestinal. Na mesma época, Antonio e parte de sua família retornaram à sua terra natal: Portugal. A exceção foi seu pai, que aqui ficou e aqui fundou uma fábrica de filtros d'água.
Mas, aos 15, Antonio veio ao Brasil novamente -dessa vez, para ficar. Em SP, formou-se em engenharia pela USP. Da Poli, foi professor titular de hidráulica e vice-diretor -aposentou-se, compulsoriamente, aos 70 anos. Até 2007, entretanto, continuou orientando e participando de bancas de doutorado.
Trabalhou também em usinas e em Congonhas. Em 1967, perdeu um filho, de 19 anos, num acidente de automóvel. Há três meses, morreu sua mulher, uma professora primária com quem foi casado por mais de 60 anos. Ela sofria de Alzheimer. "Ele sentava numa poltrona ao lado dela e ficava o tempo todo ali", lembra uma das filhas, a médica Maria Claudia Zerbini. Depois da perda, diz ela, Antonio falava que não ia viver muito mais.
A única bisneta, nascida cinco dias após a morte da mulher, era o que o alegrava. Morreu domingo, aos 91, do coração. Deixa três filhas e sete netos. A missa de sétimo dia foi ontem, em SP.

obituario@grupofolha.com.br


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