São Paulo, domingo, 21 de junho de 2009

Texto Anterior | Índice

Herdeiros lutam para manter acervo de seus parentes ilustres

Eles são movidos pelo afeto na árdua e prazerosa tarefa de preservar a história

MARIA EUGÊNIA DE MENEZES
RAFAEL BALSEMÃO
DA REVISTA DA FOLHA

O sobrenome não deixa dúvida de que eles carregam DNA de ilustres personalidades.
Até há bem pouco tempo, toda a herança que Eliza Duque Estrada guardava do bisavô -Joaquim Osório Duque Estrada (1870-1927), o autor da letra do Hino Nacional- se resumia ao sobrenome.
Com pesquisas, descobriu que, em 2009, o hino completa cem anos, em outubro. Fará, com apoio da Lei Rouanet, um livro e uma exposição.
O filho caçula de Villas Bôas, Noel, 34, é responsável pela organização do acervo na casa, no Alto da Lapa, onde Orlando Villas Bôas (1914-2002) passou as últimas duas décadas de vida.
Em armários, guarda uma infinidade de documentos e a correspondência que Orlando manteve com personalidades do século 20,
Maurício Segall, 83, lembra do ano de 1967, quando foi inaugurado o museu Lasar Segall. Juntou a coleção que tinha do pai e foi também à Europa, buscar os quadros que lá estavam. Depois, abriu, por conta própria, o acervo de quase 3.000 obras ao público.
Logo acima da poltrona em que Amélia Império Hamburger, 76, está sentada, há uma tela larga, clara, azulada. São pinturas, gravuras, desenhos, rastros da arte do irmão, Flávio Império (1935-1985), à qual ela se dedica a preservar.
Três esculturas e 30 quadros de Tarsila do Amaral estão dispostos na ampla sala do apartamento no Campo Belo. São um sinal de que ali vive alguém que tem um forte vínculo com a mulher que abalou São Paulo na década de 20 durante a Semana de Arte Moderna.
Lá estão uma gravura de Picasso e outra de Chagall, obras que pertencem a uma paulistana de 44 anos, sobrinha-neta da artista de quem é homônima.
É ela quem cuida do acervo da pintora. Seu último grande trabalho com a obra da tia-avó foi uma exposição na Espanha.

Responsabilidade
Tarsilinha foi a curadora da primeira grande mostra de Tarsila fora do Brasil, em Paris, no Ano do Brasil na França, em 2005. "Tenho sorte de ter o mesmo nome dela. É muita responsabilidade, mas só me traz alegria", afirma.


Texto Anterior: Medo e euforia dominam modelos estreantes na SPFW
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.