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Descontos "maquiam" queda no preço
Estratégia das escolas é oferecer preço mais baixo para quem paga em dia ou é associado a entidades parceiras
Na Faculdade Flamingo, aluno que paga até o dia 1º do mês tem 30% a menos; mensalidade de R$ 488 fica R$ 341,60
Rodrigo Capote/Folhapress
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Bruna Ribeiro, aluna da Faculdade Sumaré, onde, no segundo ano, mensalidade dobra
DE SÃO PAULO
Não se vê universidade
anunciar por aí que reduziu o
valor da mensalidade. A estratégia é outra: dar descontos expressivos para quem
pagar em dia ou for associado a entidades ou empresas
parceiras. Assim, o preço cai.
Na Faculdade Flamingo,
por exemplo, pagar até o dia
1º de cada mês rende 30% de
desconto. A mensalidade do
curso de administração cai
de R$ 488 para R$ 341,60.
A Sumaré cobra metade do
preço no primeiro ano. Quando chegar ao segundo, a operadora de telemarketing Bruna Ribeiro terá de pagar
R$ 188,84 pelo curso de pedagogia -hoje, são R$ 94,22.
Os descontos só valem para pagamento em cheques
pré-datados, o que faz o aluno ter mais "compromisso",
diz a gerente de marketing
Fabiana Coutinho. "Com boleto, ele deixa para depois,
paga outra conta." A preferência pelo cheque ajuda a
manter a inadimplência baixa, sustenta ela, e isso mantém a instituição viável.
A faculdade tem convênio,
por exemplo, com o MST
(Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). A mensalidade média na Sumaré é
de R$ 300; há 15 mil alunos.
Segundo Fabiana, a disputa com as concorrentes se dá
em anúncios em jornais gratuitos e no metrô. "Na TV,
não, que é muito cara." O foco são as classes C e D.
Na guerra dos preços, a
Anhanguera também aposta
em parcerias para reduzir a
mensalidade. A rede cobra
em média R$ 280 por aluno.
A Anhanguera tem 173 mil
alunos e 56 unidades no país.
O grupo dá preferência ao
"atacado", de acordo com
Antonio Costa, vice-presidente de marketing da faculdade. É o caso de operadoras
de call center e dos servidores da Prefeitura de Campinas, que têm descontos.
SEM RISCO
Mais estáveis economicamente, os grandes grupos
são os únicos que podem
praticar preços menores sem
correr risco, diz o consultor
Carlos Monteiro, porque têm
mais alunos e cursos.
De acordo com o Semesp,
82% das instituições privadas de ensino superior do
Brasil têm menos de 2.000
alunos matriculados.
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