São Paulo, segunda-feira, 21 de junho de 2010

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Descontos "maquiam" queda no preço

Estratégia das escolas é oferecer preço mais baixo para quem paga em dia ou é associado a entidades parceiras

Na Faculdade Flamingo, aluno que paga até o dia 1º do mês tem 30% a menos; mensalidade de R$ 488 fica R$ 341,60

Rodrigo Capote/Folhapress
Bruna Ribeiro, aluna da Faculdade Sumaré, onde, no segundo ano, mensalidade dobra

DE SÃO PAULO

Não se vê universidade anunciar por aí que reduziu o valor da mensalidade. A estratégia é outra: dar descontos expressivos para quem pagar em dia ou for associado a entidades ou empresas parceiras. Assim, o preço cai.
Na Faculdade Flamingo, por exemplo, pagar até o dia 1º de cada mês rende 30% de desconto. A mensalidade do curso de administração cai de R$ 488 para R$ 341,60.
A Sumaré cobra metade do preço no primeiro ano. Quando chegar ao segundo, a operadora de telemarketing Bruna Ribeiro terá de pagar R$ 188,84 pelo curso de pedagogia -hoje, são R$ 94,22.
Os descontos só valem para pagamento em cheques pré-datados, o que faz o aluno ter mais "compromisso", diz a gerente de marketing Fabiana Coutinho. "Com boleto, ele deixa para depois, paga outra conta." A preferência pelo cheque ajuda a manter a inadimplência baixa, sustenta ela, e isso mantém a instituição viável.
A faculdade tem convênio, por exemplo, com o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). A mensalidade média na Sumaré é de R$ 300; há 15 mil alunos.
Segundo Fabiana, a disputa com as concorrentes se dá em anúncios em jornais gratuitos e no metrô. "Na TV, não, que é muito cara." O foco são as classes C e D.
Na guerra dos preços, a Anhanguera também aposta em parcerias para reduzir a mensalidade. A rede cobra em média R$ 280 por aluno. A Anhanguera tem 173 mil alunos e 56 unidades no país.
O grupo dá preferência ao "atacado", de acordo com Antonio Costa, vice-presidente de marketing da faculdade. É o caso de operadoras de call center e dos servidores da Prefeitura de Campinas, que têm descontos.

SEM RISCO
Mais estáveis economicamente, os grandes grupos são os únicos que podem praticar preços menores sem correr risco, diz o consultor Carlos Monteiro, porque têm mais alunos e cursos.
De acordo com o Semesp, 82% das instituições privadas de ensino superior do Brasil têm menos de 2.000 alunos matriculados.


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