São Paulo, terça-feira, 21 de julho de 2009

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Álcool em gel e máscaras viram artigos raros em São Paulo

TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

"Tem daquele álcool em gel?", perguntava a massagista Lúcia Neves, 63, a uma atendente de uma farmácia da avenida Paulista ontem à tarde. Diante da negativa da funcionária, ela lamentava: "Todo mundo está com medo, né?".
O produto, que serve para higienizar as mãos, tornou-se artigo raro nas farmácias da região desde as primeiras notícias sobre a chegada da gripe A (H1N1) ao Brasil. Ficou mais escasso ainda após a confirmação de óbitos - infectologistas aconselham que, para reduzir o risco, as mãos fiquem limpas.
Ontem, a Folha esteve em nove drogarias da área da Paulista e apenas uma tinha o antisséptico. A farmácia onde a massagista havia entrado já está sem havia uma semana.
"O pessoal está preocupado. O nosso acabou ontem", explicou Margarete Marsolla, atendente de outra farmácia, no Conjunto Nacional. Ela conta que eram vendidos 12 frascos por dia -antes da gripe, não chegava a dois.
Na pequena farmácia em que o produto foi achado, na rua Pamplona, saem cinco por dia. O normal é um por semana.

Máscaras
A venda de máscaras cirúrgicas também cresceu nas lojas de produtos hospitalares. Numa delas, na Vila Clementino (zona sul), já não há mais. Nem do tipo mais caro: que dura um dia e custa R$ 62 a caixa com 20. A mais simples dura duas horas, a R$ 8,50 a caixa com 50.
Em outra loja, em Moema (zona sul), vendem-se 20 caixas por dia. "Antes, tinha dia que nem saía", conta a vendedora Beatriz Guilherme de Souza.
A fabricante 3M diz que ampliou em 17 vezes a produção -mais de um milhão de peças a mais só para o mercado interno.
Mas diretor do hospital Emílio Ribas, David Uip, alerta: "Máscara só serve para quem tem sintoma e água e sabão continuam um ótimo antisséptico".


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