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Álcool em gel e máscaras viram artigos raros em São Paulo
TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
"Tem daquele álcool em
gel?", perguntava a massagista
Lúcia Neves, 63, a uma atendente de uma farmácia da avenida Paulista ontem à tarde.
Diante da negativa da funcionária, ela lamentava: "Todo
mundo está com medo, né?".
O produto, que serve para higienizar as mãos, tornou-se artigo raro nas farmácias da região desde as primeiras notícias sobre a chegada da gripe A
(H1N1) ao Brasil. Ficou mais
escasso ainda após a confirmação de óbitos - infectologistas
aconselham que, para reduzir o
risco, as mãos fiquem limpas.
Ontem, a Folha esteve em
nove drogarias da área da Paulista e apenas uma tinha o antisséptico. A farmácia onde a
massagista havia entrado já está sem havia uma semana.
"O pessoal está preocupado.
O nosso acabou ontem", explicou Margarete Marsolla, atendente de outra farmácia, no
Conjunto Nacional. Ela conta
que eram vendidos 12 frascos
por dia -antes da gripe, não
chegava a dois.
Na pequena farmácia em que
o produto foi achado, na rua
Pamplona, saem cinco por dia.
O normal é um por semana.
Máscaras
A venda de máscaras cirúrgicas também cresceu nas lojas
de produtos hospitalares. Numa delas, na Vila Clementino
(zona sul), já não há mais. Nem
do tipo mais caro: que dura um
dia e custa R$ 62 a caixa com
20. A mais simples dura duas
horas, a R$ 8,50 a caixa com 50.
Em outra loja, em Moema
(zona sul), vendem-se 20 caixas
por dia. "Antes, tinha dia que
nem saía", conta a vendedora
Beatriz Guilherme de Souza.
A fabricante 3M diz que ampliou em 17 vezes a produção
-mais de um milhão de peças a
mais só para o mercado interno.
Mas diretor do hospital Emílio Ribas, David Uip, alerta:
"Máscara só serve para quem
tem sintoma e água e sabão continuam um ótimo antisséptico".
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