São Paulo, quarta-feira, 21 de julho de 2010

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Defesa de Bruno diz que Eliza está viva

Segundo advogado, ex-amante não quer aparecer como forma de se vingar do goleiro acusado de assassinato

Advogado reafirma a inocência de Bruno e desqualifica inquérito da polícia de MG, que compara à Inquisição

DO RIO

Para a defesa do goleiro Bruno Fernandes, 25, acusado pela polícia do assassinato da ex-amante Eliza Samudio, 25, a jovem está viva e, por vingança, não quer aparecer para mantê-lo preso.
"Enquanto eu não verificar um atestado de óbito, enquanto não cotejar um exame de necropsia, essa moça está viva", afirmou ontem à radio CBN o advogado Ércio Quaresma Firpe, que defende o jogador.
Questionado por que, então, Eliza -sumida desde o início de junho- ainda não apareceu, Quaresma disse que "a maior vingança que uma mulher pode fazer contra um homem" em qualquer tipo de situação é deixá-lo na "cadeia inocentemente".
Para ele, nem mesmo o filho de cinco meses, que está sob a guarda da avó materna em Campo Grande (MS), fará Eliza aparecer. "Essa moça é atriz pornô", disse.
Na investigação da Polícia Civil de MG, Bruno é suspeito de ter matado a ex-amante devido à insistência para que ele reconhecesse a paternidade da criança. A polícia se baseia sobretudo em depoimentos de dois primos do goleiro, relatando como ela foi sequestrada e assassinada.
Quaresma diz que o goleiro é inocente e desqualifica o inquérito da polícia mineira.
"O que está acontecendo em Minas é coisa da Idade Média. Inquisidores da Santa Inquisição [tribunal medieval da Igreja Católica] iriam ter aula [com os policiais]", afirmou. "A polícia conseguiu fazer tanta besteira que vão absolver Bruno." O defensor afirmou ainda, sem dar detalhes, que apresentou ontem a defesa de Bruno no processo judicial no Rio, no qual o jogador responde por sequestro e cárcere privado de Eliza, em outubro de 2009.
Na época, a ex-amante do goleiro estava grávida de cinco meses e, por afirmar que Bruno era o pai do bebê, teria sido agredida pelo jogador e por seu amigo, Luiz Henrique Romão, o Macarrão.
Eliza procurou a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), mas o inquérito só foi concluído e virou processo judicial em junho, com a notícia de seu sumiço.
A Polícia Civil de Minas anunciou ontem que pediu exame de DNA num corpo carbonizado, encontrado em Cachoeira Paulista (SP), para checar se pode ser de Eliza.

DELEGADAS
Afastadas, as delegadas Alessandra Wilke e Ana Maria dos Santos participaram ontem do depoimento de Fernanda Gomes Castro, ex-namorada de Bruno. Procurada, a polícia mineira informou que elas estão afastadas da direção do inquérito, não da investigação.


Colaborou RODRIGO VIZEU, de Belo Horizonte.


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