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CASSAÇÃO
Líder de ambulantes afirma que viu entrega de envelope a vereador e foi informado de que continha dinheiro
Camelô diz que Izar recebia propina
da Reportagem Local
O vereador José
Izar (PFL) é acusado de exigir dos fiscais da Administração Regional da Lapa R$ 25 mil por semana arrecadados entre os ambulantes do bairro.
A afirmação foi feita ontem pelo
camelô Nílson Santos Lima, diretor do Sindicato da Economia Informal da Zona Oeste, em depoimento à comissão processante da
Câmara que analisa a cassação do
mandato de Izar.
O vereador não foi localizado
ontem para comentar a acusação.
Santos Lima afirmou à comissão que presenciou a entrega a
Izar de um envelope com a propina semanal arrecadada pelo chefe
da fiscalização da regional,
Amauri Rippa.
A entrega, segundo o camelô,
foi feita no gabinete de Izar, em
uma reunião ocorrida em uma
quinta-feira no final de outubro
do ano passado. Santos Lima disse que participou da reunião ao
lado de Rippa e de dois outros líderes dos camelôs da região, conhecidos como Zé do Amendoim
e Carlão.
Ele disse que viu a entrega do
envelope, mas não pode garantir
que havia dinheiro no seu interior. Mas, segundo ele, Rippa afirmou que havia R$ 25 mil.
"Os fiscais pegavam dinheiro
dos camelôs dizendo que cumpriam ordens do Izar", afirmou.
"Cada camelô tinha que dar, no
mínimo, R$ 20 por semana. Os
donos de bancas de frutas davam
até R$ 500."
Izar é acusado de comandar um
esquema de arrecadação de propina na Regional da Lapa, que era
comandada politicamente por ele
até o início do ano. Além disso, segundo a acusação feita pela CPI
da máfia da propina, Izar utilizou
a estrutura da regional como máquina de campanha de seu irmão
Williams José Izar, candidato derrotado a deputado estadual na
eleição do ano passado.
Izar foi intimado para depor anteontem, mas não compareceu.
Seu irmão Williams alega que ele
está viajando.
Além de Santos Lima, prestaram depoimento ontem seis testemunhas de defesa. Uma delas era
Williams Izar, que negou a existência de um esquema na Lapa
(leia texto ao lado).
Dois empresários, Márcia Castro Freire e José Rafael Barcha,
reafirmaram que só conseguiram
alvarás de funcionamento de seus
estabelecimentos após produzirem material para a campanha
eleitoral de Williams.
Três ex-funcionários da regional também confirmaram o esquema de arrecadação de propina, entre eles o ex-administrador
regional Osvaldo Cuoghi, que diz
ter sido demitido por não concordar com o esquema.
(OTÁVIO CABRAL)
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