da Agência Folha, em Fortaleza

Fortaleza (CE) corre o risco de passar a ter racionamento de água no ano que vem, dependendo das chuvas dos próximos meses. A cidade tem hoje apenas 25% de sua capacidade de água armazenada.
O anúncio foi feito ontem pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará, que vai lançar uma campanha orientando a população a evitar o desperdício de água, esperando reduzir o consumo em 20% a partir do próximo mês.
Sem essa redução, o diretor da companhia, Antônio Nunes Miranda, prevê o esgotamento da capacidade de abastecimento de água na cidade a partir de março.
Miranda disse que, caso não chova nos próximos dois anos, a transposição das águas do rio São Francisco será uma "questão de urgência". A transposição significa desviar parte da água do rio São Francisco para a região mais ao norte (que inclui o Ceará).
A mesma idéia foi defendida pelo presidente da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), Francisco Lopes Viana. Ele afirma que o abastecimento em Fortaleza tem uma necessidade de vazão de 6 m3 de água por segundo e, mesmo com a chuva, está sendo necessário repor o sistema de abastecimento todo final de ano para garantir uma margem de segurança.
A situação de Pernambuco, onde 25 cidades estão sendo abastecidas apenas por carros-pipa, não melhorou nem com as chuvas do último fim-de-semana.
A barragem de Tapacurá, responsável pelo abastecimento de 60% de Recife, estava ontem com cerca de 9% de sua capacidade.