São Paulo, quarta-feira, 21 de agosto de 2002

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PORTO SEGURO

Moradores ficaram revoltados com atropelamento de estudantes

Protesto deixa 41 ônibus queimados

Luiz Tito/Agência A Tarde
Ônibus da Expresso Brasileiro incendiados em protesto contra o atropelamento de duas garotas


LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Revoltados com o atropelamento e a morte da estudante Ismênia dos Santos Costa, 17, cerca de 4.000 moradores de Porto Seguro (705 km de Salvador) incendiaram 41 ônibus e depredaram outros 15 da empresa Expresso Brasileiro, do fim da tarde de anteontem até a madrugada de ontem.
Durante a madrugada, o escritório e a área de manutenção da empresa -a única autorizada a realizar transporte coletivo na cidade- foram completamente destruídos e saqueados. Ainda ontem, cerca de 50 moradores também saquearam a casa do gerente da Expresso Brasileiro.
"Perdemos todas as mesas, cadeiras, aparelhos telefônicos, geladeiras e documentos contábeis", disse Márcio Carlito, diretor da empresa.
O quebra-quebra começou depois que a notícia da morte da estudante se espalhou pela cidade, o segundo maior pólo de atração turística do Estado.
De acordo com testemunhas, Ismênia dos Santos Costa e sua colega Eliana Souza Costa, 15, retornavam em uma mesma bicicleta para as suas casas.
Ismênia teria tentado se desviar de um pedestre quando foi atropelada. Com o choque, Eliana Costa teve traumatismo craniano e permanecia internada ontem à tarde em estado grave.
Preso em flagrante, o motorista Adilson José de Almeida, 25, disse que não teve culpa.
Ontem, Porto Seguro amanheceu sem ônibus. "Somente a partir de amanhã (hoje) é que voltaremos a circular normalmente", disse Carlito.
O delegado André Carneiro da Cunha disse que a PM não conseguiu controlar a situação. "O nosso destacamento tem apenas 25 soldados. Do outro lado, eram 4.000 pessoas enfurecidas."


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