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SAÚDE
Programa quer reduzir em 15% os índices de mortes materna até 2006; consultas de pré-natal aumentam, mas não há qualidade
Paraíba integrará pacto federal em 2 meses
DA REPORTAGEM LOCAL
A partir de outubro, a Paraíba
deve integrar a lista de Estados e
municípios participantes do Pacto Nacional pela Redução da
Mortalidade Materna e Neonatal,
um programa lançado em 2004
pelo governo federal.
Formulado pela área técnica de
saúde da mulher do Ministério da
Saúde, o pacto envolve as secretarias municipais e estaduais de
saúde, associações médicas e
ONGs e pretende reduzir em 15%
os atuais índices de mortes no
parto e neonatal (de recém-nascidos) até o fim de 2006, e em 75%
até 2015.
Segundo o coordenador nacional do pacto, Adson França, o
programa tem investido na qualificação de toda a rede de saúde
responsável pelo acompanhamento das gestantes e dos seus
bebês -do pré-natal ao parto e
pós-parto.
Franca reconhece que, embora
nos últimos anos tenha aumentado a quantidade de consultas do
pré-natal, passando de uma média de 2,2 para 5,1, a qualidade
deixa a desejar.
Uma das propostas do pacto,
afirma ele, é investir na qualificação das equipes de PSFs (Programa de Saúde da Família), que, em
geral, fazem o pré-natal. Neste
ano, o Ministério da Saúde destinou R$ 31 milhões para 78 municípios com mais de 100 mil habitantes, com indicadores elevados
de mortalidade materna.
Ele afirma que também estão
sendo estudadas ações para melhorar os serviços de referência e
contra-referência nas cidades,
evitando que as gestantes continuem perambulando pelas maternidades sem serem atendidas,
a exemplo do que aconteceu na
Paraíba. "É um desafio nacional."
No entanto, ele diz que o pacto
não prevê punição aos Estados e
municípios que não reduzirem
seus índices de mortalidade materna e neonatal. "Apostamos no
convencimento e não em punições. É um trabalho a médio e a
longo prazo", afirma.
A meta, segundo França, é que,
até o final de 2006, 420 maternidades de referência que atendem pelo SUS em todos os Estados brasileiros estejam qualificadas.
Para Fátima de Oliveira, secretária-executiva da Rede Feminista
de Saúde (RFS), uma organização
que reúne mais de 200 ONGs de
defesa à saúde da mulher, falta
compromisso político de prefeitos e governadores.
Por isso, ela diz que a RFS vai
iniciar uma campanha de conscientização com as famílias das
mulheres mortas por negligência,
durante a gestação ou o parto, para que ingressem com ações de indenização contra os gestores.
(CLÁUDIA COLLUCCI)
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