São Paulo, domingo, 21 de agosto de 2011

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Prefeitura não controla segurança de bufês infantis

Casas instalam brinquedos de parque de diversões sem nenhum tipo de fiscalização

Associação do setor tem 900 bufês registrados na capital e estima que 60% não têm nem o alvará da prefeitura


REYNALDO TUROLLO JR.
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Se você é pai e quer conferir se o bufê onde seu filho vai comemorar o aniversário do colega de escola está regular e tem brinquedos seguros, esqueça. A Prefeitura de São Paulo, que emite os alvarás, não sabe quantos bufês legais existem na cidade.
A Assebi (associação dos bufês infantis) tem registro de 900 bufês e calcula que 60% não tem licença emitida pelas subprefeituras.
A essa situação de quase clandestinidade soma-se o fato de que brinquedos muitas vezes semelhantes aos de parques de diversão vêm migrando para esses bufês sem nenhum controle e nem seguindo normas técnicas.
Tampouco há registro do número de bufês com brinquedos na cidade -e eles vão de montanhas-russas a elevadores que prometem despencar em queda livre.
Pela primeira vez, em março a Adibra (associação dos fabricantes de brinquedos) e a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) publicaram normas de segurança para parques. Mas elas não são obrigatórias.
Os brinquedos em bufês, em geral, recebem laudo do fabricante quando são instalados. Há donos que fazem inspeções regulares, mas não existe nenhum fiscalização oficial posterior.

PORTARIA
Para corrigir isso, a prefeitura já tem o rascunho de uma portaria que prevê a fiscalização dos brinquedos em parquinhos de bufês.
Na segunda-feira, o secretário de Coordenação das Subprefeituras, Ronaldo Camargo, se reuniu com a Assebi para discutir a regulamentação. A portaria vai envolver subprefeituras, Contru (controle urbano), Habitação e a Secretaria de Governo, segundo a assessoria de imprensa do Contru.
Não há prazo para entrar em vigor nem se sabe quem fará a fiscalização.
"É um contrassenso, os bufês levam anos para conseguir alvará, quase 60% não têm, e sempre por conta de problemas no prédio, os famosos "puxadinhos'", diz Adilson Barboza, gestor da Assebi, que garante apoiar a fiscalização dos brinquedos.
Em julho, a advogada Vanessa Nespoli, 30, morreu ao cair de uma minimontanha-russa no bufê Aquarela Kids, no Tatuapé (zona leste).
O local estava interditado por problemas no prédio. As quatro unidades da rede hoje estão fechadas. A perícia ainda não foi concluída.
Sobre a fiscalização, a questão é como a prefeitura chegará aos brinquedos dos bufês, inclusive dos sem licença, já que não sabe quantos são nem onde estão.


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