São Paulo, domingo, 21 de agosto de 2011

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Moradores deixam serra do Mar, mas entulho fica

Destruição e restos de casas vazias são rastro da ocupação irregular

Programa do governo de revitalização da mata atlântica que prevê retirada de 20 mil pessoas está atrasado


EDUARDO GERAQUE
LUIZ CARLOS MURAUSKAS

ENVIADOS ESPECIAIS A CUBATÃO

Os quarteirões-fantasmas e o entulho espalhado pelos bairros cota, histórica área de ocupação irregular em plena serra do Mar, em Cubatão, tem causado descontentamento entre os moradores.
Há um ano, o governo do Estado começou um programa para revitalizar a mata atlântica em toda a região.
O plano, que está atrasado por questões climáticas e pela resistência da população em deixar as casas, é retirar por volta de 20 mil pessoas dos bairros. Elas serão levadas para novas moradias. "Os vizinhos foram retirados. Mas as casas ficaram.
Apenas destruíram um pouco as paredes para que ninguém voltasse", diz Maria das Graças dos Santos, 65. Nascida em Belo Horizonte, ela está há 20 anos no chamado Cota 200. "Quem vive do comércio sofre. É quase uma cidade fantasma".
A indefinição é outro motivo de reclamações. "Me disseram que sairia até junho. Agora, o prazo é o fim do ano", diz o morador José de Mendonça, 43, há 15 anos ali.
Encostado à via Anchieta, uma área do Cota 95 está tomada por entulho. Segundo a CDHU, os resíduos ficarão ali até serem reutilizados nas obras de urbanização.
As pessoas retiradas das casas não recebem nada pelo imóvel. Vão para moradias do CDHU e pagarão pelos apartamentos. Ou podem optar por bolsa-aluguel.
Até agora, 1.011 famílias das 5.350 que vão ser retiradas deixaram o local. As remoções terminam em julho de 2012. Os primeiros moradores da região trabalharam na construção da Anchieta e da Imigrantes e ganharam casas para habitarem a mata.

FOLHA.com
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