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Brasileira grávida diz que foi agredida ao viajar à Irlanda
Jovem afirma que sofreu maus-tratos de policiais da imigração; embaixada do país diz que vai apurar o caso
FELIPE CARUSO
DO RIO
Uma jovem grávida de três
meses, moradora de São
Gonçalo, região metropolitana do Rio, afirma ter sido
agredida pelo serviço de imigração da Irlanda ao tentar
entrar no país.
Thais da Silva Guimarães,
22, conta que, ao perceber
que era conduzida por três
policiais para o avião de volta
para o Brasil, após ser impedida de entrar no país e dormir na detenção da imigração, pediu para falar com a
embaixada brasileira.
Nesse momento, segundo
ela, uma oficial agarrou seus
cabelos e os outros dois seus
braços e a arrastaram à força
para o carro que a levou para
a aeronave.
"Em momento algum pensei que passaria a humilhação que passei", conta Thais.
Por meio de uma empresa
brasileira, a estudante havia
se matriculado em um curso
de inglês de seis meses em
Dublin. "Eu estava muito feliz. Era a realização de um
projeto de vida", diz Thais,
que investiu cerca de R$ 20
mil na viagem, dos quais parte foi paga por uma tia.
Um mês e meio depois de
ter feito a matricula, descobriu que estava grávida. Decidiu então mudar a duração
do curso para três meses.
A mãe de Thais, Adriana
Gomes da Silva Guimarães,
47, mesmo sem falar inglês,
resolveu acompanhar a filha
na viagem para ajudá-la.
O voo das duas saiu terça
(14) do Rio. Pousou primeiro
na Inglaterra, onde passaram sem problemas pela imigração. Ao chegar à Irlanda
na quarta, às 22h, de acordo
com Thais, a imigração ligou
para a pessoa que a hospedaria nos primeiros 15 dias.
A anfitriã irlandesa disse
ao oficial da imigração que
achava estranho a jovem estar com a mãe e que ela estava grávida, fato que Thais
não havia mencionado.
Segundo a estudante, o
policial que as atendia ficou
nervoso e começou a socar a
mesa e a xingar as duas.
Thais conta que elas foram
mandadas para delegacias
separadas, para esperar o
voo de volta ao Brasil na manhã seguinte.
Um médico foi chamado
para atender a jovem e, para
acalmá-la, ofereceu dois
comprimidos, que ela não
identificou, e dois Diazepam,
remédio contraindicado para
mulheres grávidas.
Na detenção, Thais ficou
sozinha numa cela de cerca
de seis metros quadrados. Ao
voltar para o Rio, a jovem fez
exame de corpo de delito para comprovar as agressões da
imigração irlandesa.
Em nota divulgada ontem,
a Embaixada da Irlanda afirma que levou o caso às autoridades do país e pediu que o
"assunto seja tratado com
máxima urgência possível".
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