São Paulo, terça-feira, 21 de setembro de 2010

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Brasileira grávida diz que foi agredida ao viajar à Irlanda

Jovem afirma que sofreu maus-tratos de policiais da imigração; embaixada do país diz que vai apurar o caso

FELIPE CARUSO
DO RIO

Uma jovem grávida de três meses, moradora de São Gonçalo, região metropolitana do Rio, afirma ter sido agredida pelo serviço de imigração da Irlanda ao tentar entrar no país.
Thais da Silva Guimarães, 22, conta que, ao perceber que era conduzida por três policiais para o avião de volta para o Brasil, após ser impedida de entrar no país e dormir na detenção da imigração, pediu para falar com a embaixada brasileira.
Nesse momento, segundo ela, uma oficial agarrou seus cabelos e os outros dois seus braços e a arrastaram à força para o carro que a levou para a aeronave.
"Em momento algum pensei que passaria a humilhação que passei", conta Thais.
Por meio de uma empresa brasileira, a estudante havia se matriculado em um curso de inglês de seis meses em Dublin. "Eu estava muito feliz. Era a realização de um projeto de vida", diz Thais, que investiu cerca de R$ 20 mil na viagem, dos quais parte foi paga por uma tia.
Um mês e meio depois de ter feito a matricula, descobriu que estava grávida. Decidiu então mudar a duração do curso para três meses.
A mãe de Thais, Adriana Gomes da Silva Guimarães, 47, mesmo sem falar inglês, resolveu acompanhar a filha na viagem para ajudá-la.
O voo das duas saiu terça (14) do Rio. Pousou primeiro na Inglaterra, onde passaram sem problemas pela imigração. Ao chegar à Irlanda na quarta, às 22h, de acordo com Thais, a imigração ligou para a pessoa que a hospedaria nos primeiros 15 dias.
A anfitriã irlandesa disse ao oficial da imigração que achava estranho a jovem estar com a mãe e que ela estava grávida, fato que Thais não havia mencionado.
Segundo a estudante, o policial que as atendia ficou nervoso e começou a socar a mesa e a xingar as duas.
Thais conta que elas foram mandadas para delegacias separadas, para esperar o voo de volta ao Brasil na manhã seguinte.
Um médico foi chamado para atender a jovem e, para acalmá-la, ofereceu dois comprimidos, que ela não identificou, e dois Diazepam, remédio contraindicado para mulheres grávidas.
Na detenção, Thais ficou sozinha numa cela de cerca de seis metros quadrados. Ao voltar para o Rio, a jovem fez exame de corpo de delito para comprovar as agressões da imigração irlandesa.
Em nota divulgada ontem, a Embaixada da Irlanda afirma que levou o caso às autoridades do país e pediu que o "assunto seja tratado com máxima urgência possível".


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